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Rainha Elizabeth II tem 1º encontro com Papa Francisco

Visita da rainha ao Vaticano coincide com o 32º aniversário do início da guerra das Malvinas entre Reino Unido e Argentina

3 abr 2014 - 11h59
(atualizado às 12h46)
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<p>A rainha Elizabeth sorri ao lado do papa Francisco durante encontro no Vaticano, nesta queinta-feira, 3 de abril</p>
A rainha Elizabeth sorri ao lado do papa Francisco durante encontro no Vaticano, nesta queinta-feira, 3 de abril
Foto: Reuters

A rainha Elizabeth II se reuniu com o papa Francisco pela primeira vez nesta quinta-feira, em uma visita que coincide com o aniversário da Guerra das Malvinas e que marca a primeira viagem ao exterior da monarca de 87 anos desde 2011.

Vestida de lilás e segurando um buquê de flores, a rainha sorriu ao chegar ao aeroporto de Ciampino, cumprimentando autoridades no tapete vermelho.

Elizabeth e seu marido, o príncipe Philip, almoçaram em seguida com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, no Palácio do Quirinel, onde foram recebidos com uma saudação militar e por uma multidão de simpatizantes, alguns deles agitando bandeiras da Union Jack.

Vestindo um de seus tradicionais chapéus decorados com flores, e com uma bolsa preta no braço combinando com seus sapatos, a monarca parecia satisfeita de encontrar o presidente de 88 anos.

Posteriormente, os membros da realeza britânica se dirigiram ao Vaticano para uma audiência privada com Francisco, em uma sala ao lado do auditório Paulo VI, enquanto centenas de pessoas acenavam em sua passagem.

O encontro da rainha com o pontífice argentino ocorre um dia após o 32º aniversário do início da Guerra das Malvinas (também chamadas de Falklands) entre a Grã-Bretanha e a Argentina e ocorre em meio a relações tensas entre católicos e anglicanos.

Mas as autoridades britânicas minimizaram a perspectiva de quaisquer questões controversas na agenda da rainha, a líder suprema da Igreja da Inglaterra.

O embaixador da Grã-Bretanha para a Santa Sé, Nigel Baker, declarou à rádio Vaticano que houve um progresso extraordinário nas relações anglicanas-católicas e entre a Grã-Bretanha e o Vaticano desde a coroação de Elizabeth II, em 1952.

"Ela vai querer, eu acho, entender do Papa Francisco como ele vê o papel da fé no mundo", afirmou.

Sobre a Guerra das Malvinas, ele declarou: "O Vaticano tem sido claro conosco, incluindo na semana passada, e em um nível muito alto, que a sua posição de neutralidade de longa data sobre esta questão continua em vigor".

Já o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, declarou que o encontro era "muito informal".

Francisco será o quinto Papa que a rainha conhece, começando com Pio XII, em 1951, quando ela ainda era uma princesa.

Ela também conheceu João XXIII, João Paulo II e Bento XVI, que renunciou no ano passado.

A última viagem internacional do casal real foi à Austrália em 2011, e a visita desta quinta-feira durará apenas algumas horas, sem muita da pompa associada às viagens reais para evitar cansar Elizabeth II e Philip, já idosos.

Embora o encontro tenda a ser puramente formal, os laços entre anglicanos e católicos são um problema devido ao ressentimento da Grã-Bretanha pela ação do Vaticano de receber sacerdotes anglicanos conservadores que discordavam da ordenação feminina existente na Igreja da Inglaterra.

Mas as relações entre o papa Francisco e o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o líder espiritual da Igreja da Inglaterra, são cordiais e os dois se conheceram em 2013, esperando se reunir ainda neste ano.

A Igreja Anglicana, que se separou de Roma no século XVI, tem cerca de 80 milhões de fiéis, em comparação com o 1,2 bilhão de católicos.

Outra questão polêmica é sobre as Ilhas Malvinas - chamadas de Falklands pelos britânicos, que as governam, de Falklands - um tema que o Papa já demonstrou ser sensível, ao se referir à região como "nossa" antes de se tornar pontífice.

Ele também já declarou que a Grã-Bretanha "usurpou" as ilhas.

Francisco se encontrou no mês passado com um grupo de 12 veteranos de guerra argentinos que seguravam um cartaz pedindo "paz no Atlântico Sul", durante uma audiência geral na Praça de São Pedro.

As forças argentinas invadiram as ilhas no dia 2 de abril de 1982, mas foram obrigadas a se render em junho, depois que as forças britânicas recapturaram a região em combates que mataram 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus.

Após a eleição de papa Francisco, no ano passado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que discordava respeitosamente do Papa, depois de um referendo, também em 2013, no qual 99,8% por cento dos habitantes das Malvinas votaram a favor de permanecer britânicos.

"A fumaça branca sobre as Falklands foi muito clara", brincou - uma referência ao sinal de fumaça usado pelos cardeais na Capela Sistina para mostrar que um novo Papa foi eleito.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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