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Rebeldes na Ucrânia estão sob liderança de russos, diz ONU

Rebeldes contam com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores da ONU no terreno

28 jul 2014 - 06h05
(atualizado às 06h11)
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Os grupos armados separatistas pró-russos que combatem no leste da Ucrânia estão se "profissionalizando" e estão se unindo sob um comando unificado de líderes que, em muitos casos, são de nacionalidade russa, revelou nesta segunda-feira a ONU.

Separatistas pró-russos observam pertences de passageiros de avião derrubado na Ucrânia. 18/07/2014
Separatistas pró-russos observam pertences de passageiros de avião derrubado na Ucrânia. 18/07/2014
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters

"O que antes eram grupos armados anárquicos com diferentes lealdades e agendas estão se unindo sob um comando central", segundo um relatório do Escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Seus líderes, muitos dos quais são nacionais da Federação Russa, são treinados e curtidos pela experiência em conflitos como os da Chechênia (Rússia) e Transnístria (Moldávia)", precisam os observadores da ONU em seu relatório.

Na apresentação deste documento à imprensa, o chefe da Seção para as Américas, Europa e Ásia Central do alto comissário, Gianni Magazzeni, detalhou que esses grupos armados "são dirigidos, tanto política como militarmente, por cidadãos russos".

Esta cada vez mais unificada força rebelde conta agora com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores no terreno.

Assim, as milícias que operam nas regiões de Donestk e Lugansk uniram suas forças para autoproclamar a "República Popular de Novorossia" (Nova Rússia) e, segundo eles, adotaram uma Constituição e estão finalizando os preparativos para o estabelecimento de um autogoverno.

De acordo com o relatório, que é o quarto sobre a situação de direitos humanos no leste da Ucrânia e cobre o período de 8 de junho a 15 de julho, as milícias continuam cometendo sequestros, detenções, torturas e executando pessoas que têm como reféns. Desta maneira buscam intimidar o resto "e exercer seu poder sobre a população de maneira brutal".

Por outro lado, o fato de que os grupos armados "já não só sejam de gente local que quer mais autonomia regional ou um Estado separado autônomo, mas estão sendo organizados por combatentes profissionais não ucranianos", está provocando que aumente o discurso antirrusso.

Para controlar isto, os rebeldes estão exercendo um severo controle sobre os meios de comunicação, ameaçando com represálias se não cobrirem "de maneira positiva" suas atividades ou se utilizam as palavras "separatistas" ou "terrorismo".

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EFE   
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