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Royal Bank deixará Escócia se houver independência

Pesquisa indica pela primeira vez uma vitória dos independentistas

11 set 2014 - 19h27
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Royal Bank of Scotland informou que deixará Londres em caso de independência no referendo do dia 18
Foto: Getty Images

Os partidários de que a Escócia se mantenha no Reino Unido receberam nesta quinta-feira o apoio do Financial Times e do Royal Bank of Scotland, que disse que deixará Londres em caso de independência no referendo do dia 18.

Uma nova pesquisa deu aos unionistas seis pontos de vantagem sobre os independentistas, dando mais tranquilidade aos que defendem a manutenção da Escócia no Reino Unido em uma semana que começou com uma pesquisa desfavorável.

A situação obrigou os grandes líderes políticos britânicos a viajar à Escócia para fortalecer sua posição e não correr o risco de ver o desmantelamento do Reino Unido. O chefe do governo regional e líder da campanha independentista, Alex Salmond, afirmou em uma coletiva de imprensa concedida à imprensa internacional que "a campanha do 'Não' está em queda terminal".

"A Escócia votará 'Sim' na quinta-feira", previu Salmond, argumentando que nenhuma nação recusa a oportunidade de se tornar independente. Faltam apenas sete dias para o referendo de independência na próxima quinta-feira e o Royal Bank of Scotland (RBS), que tem sede em Edimburgo desde 1727 - o Reino Unido é somente vinte anos mais velho- e 11,5 mil empregados na Escócia, avisou que, se o "sim" for vencedor, a instituição se mudará para Londres, tentando evitar o impacto de uma situação incerta.

"Há muita incerteza quanto ao referendo escocês, que pode ter consequências no âmbito fiscal, monetário, legal, e no sistema de regulação e de classificação do banco", explicou RBS em um comunicado. "O RBS acredita que será necessário deslocar sua sede social e sua principal base operacional para a Inglaterra", declarou a entidade.

O anúncio foi saudado pelos investidores com um aumento no preço das ações do RBS, que teve sua quebra evitada durante a crise financeira de 2008 graças à ajuda do Tesouro britânico.

O banco Lloyd's também anunciou na quarta-feira que cogita "estabelecer novas entidades legais na Inglaterra" se a Escócia se tornar independente. A instituição, que também foi parcialmente nacionalizada para ser salva da quebra, tem 16 mil empregados na Escócia de um total de 87 mil em todo o Reino Unido.

O jornal britânico Financial Times e o The Scotsman, publicaram nesta quinta-feira editoriais desaconselhando a independência. O Financial Times considerou que "os argumentos a favor da União se esgotam" e que "o caminho da secessão não faz sentido".

"Mais do que se aproximar do tribalismo, os escoceses podem continuar sendo parte da nação enraizada não só na história e na cultura como em um destino comum que durante três séculos funcionou bem para todos", sentenciou o jornal. Para o The Scotsman, que tem uma circulação de aproximadamente 30 mil exemplares diários, a conclusão é: "Estamos melhor juntos. O melhor para os interesses da Escócia é não criar uma divisão, mas continuar na União e usando suas vantagens para manter o êxito".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, o trabalhista e líder da oposição Ed Miliband, e o liberal Nick Clegg visitaram na terça-feira a Escócia alarmados com a pesquisa que indicava, pela primeira vez, uma vitória dos independentistas.

No entanto, na mesma terça-feira à noite, uma nova pesquisa dava seis pontos de vantagem para o "não" à independência. A pesquisa, elaborada pelo instituto Survation para o jornal escocês Daily Record deu ao "não" 47,6% dos votos e 42,4% ao "sim", com 10% de indecisos.

"Os dois lados comemoraram a pesquisa: os unionistas por voltarem à liderança e os independentistas porque têm a "vitória ao seu alcance", nas palavras de Blair Jenkins, da campanha "Sim Escócia".

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