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Rússia critica EUA por 'tortura inquisitorial' da CIA

11 dez 2014 - 16h11
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A Rússia está chocada com as revelações sobre a tortura da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) na esteira dos atentados de 11 de setembro de 2001, e acredita que os responsáveis por abusar dos detentos deveriam ser levados à justiça, disse uma autoridade de alto escalão do Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira.

Presidente russo Vladimir Putin durante encontro com premiê indiano, Narendra Modi, em Nova Délhi. 11/12/2014.
Presidente russo Vladimir Putin durante encontro com premiê indiano, Narendra Modi, em Nova Délhi. 11/12/2014.
Foto: Adnan Abidi / Reuters

O comissário de direitos humanos do ministério, Konstantin Dolgov, afirmou que o relatório do Senado norte-americano divulgado nesta semana revelou “violações de direitos humanos graves e sistemáticas” e repudiou as aspirações dos EUA de serem vistos como um modelo de democracia.

O relatório mostrou que a CIA enganou a Casa Branca e o público a respeito da tortura que praticou contra os detidos em prisões secretas de todo o mundo depois do 11 de Setembro, e que estas práticas foram mais brutais e disseminadas do que havia admitido.

“Apesar do fato de que esta tortura inquisitorial foi usada por agentes da CIA fora do território dos EUA, isso não retira sua responsabilidade por estas ações deliberadas”, afirmou Dolgov.

“Exortamos a comunidade dos direitos humanos, as organizações e instituições internacionais apropriadas a fazerem pressão para que Washington revele as informações sobre as violações de direitos humanos em sua totalidade... e responsabilize os culpados”.

Moscou e Washington discutem com frequência a respeito de seus mútuos históricos de direitos humanos, e a Rússia diz que os Estados Unidos fazem vista grossa a seus próprios abusos ao mesmo tempo em que dão sermão ao resto do mundo. A crise na Ucrânia levou as relações entre os dois países ao seu pior momento desde a Guerra Fria.

Países como Irã, Coreia do Norte e China, alvos frequentes de críticas de Washington no tocante aos direitos humanos, aproveitaram o relatório desta semana para virar a mesa com os norte-americanos.

(Por Alexei Anishchuk) 

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