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Rússia diz que Otan está transformando Ucrânia em "linha de frente de confrontação"

24 dez 2014 - 10h59
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A Rússia disse nesta quarta-feira que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está transformando a Ucrânia numa "linha de frente de confrontação", e ameaçou romper os laços remanescentes com a aliança militar do Atlânico se as esperanças da Ucrânia de ingressarem no bloco se concretizarem.

O Secretário-Geral da Otan, General Stoltenberg (à direita), aperta as mãos do premiê ucraniano Yatseniuk. 15/12/2014
O Secretário-Geral da Otan, General Stoltenberg (à direita), aperta as mãos do premiê ucraniano Yatseniuk. 15/12/2014
Foto: Eric Vidal / Reuters

A renúncia feita pelo Parlamento de Kiev do status de neutralidade da Ucrânia na terça-feira com o objetivo de abrir caminho para se juntar à Otan irritou Moscou e aprofundou o pior embate entre Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

"Os países da Otan empurraram Kiev à esta decisão contraproducente, tentando transformar a Ucrânia numa linha de frente de confrontação com a Rússia", disse o vice-ministro da Defesa, Anatoly Antonov, à agência de notícias russa Interfax.

"Se esta decisão no futuro assumir um aspecto militar (ingresso na Otan), então responderemos de modo apropriado. Então haverá uma completa ruptura dos laços com a Otan, que serão praticamente impossíveis de serem reparados", disse Antonov.

Um oficial da Otan, que pediu para não ser identificado, disse que cabe apenas a Kiev decidir sobre sua própria política externa.

"Se a Ucrânia decidir solicitar ingresso na Otan, a Otan vai avaliar sua prontidão em se juntar à aliança do mesmo modo que com qualquer candidato. Essa é uma questão entre a Otan e os países individuais que querem ser membros", disse o oficial.

A Otan já impulsionou sua presenta militar no leste europeu neste ano, dizendo ter evidências de que a Rússia orquestrou e armou uma rebelião pró-Rússia no leste da Ucrânia na sequência da derrubada do presidente em Kiev que tinha o apoio Moscou.

O Kremlin nega que esteja por trás da revolta, e está atualmente tentando, junto a Kiev e os rebeldes, renovar os esforços para encontrar uma solução política para a crise no leste ucraniano.

(Por Thomas Grove)

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