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Rússia diz que recuou tropas da fronteira com a Ucrânia

22 mai 2014 - 00h37
(atualizado às 00h41)
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A Rússia declarou nesta quarta-feira que as tropas que mobilizou para exercícios perto da fronteira com a Ucrânia desmantelaram seus equipamentos e estão a caminho de estações de trem e campos aéreos para voltar às suas bases permanentes, mas os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disseram não ter visto sinais claros de uma retirada.

Na segunda-feira, o Kremlin informou que o presidente russo, Vladimir Putin, disse a seu ministro da Defesa que ordenasse a saída dos soldados da divisa com a Ucrânia, onde regiões do leste caíram nas mãos de rebeldes pró-Rússia.

Depois de passar um dia desmontando acampamentos, fazendo as malas e preparando veículos militares, as forças nas províncias de Rostov, Belgorod e Bryansk “começaram a seguir para estações de trem e campos aéreos”, disse o Ministério da Defesa em um comunicado.

A declaração afirma que as tropas estão retornando às suas bases permanentes, mas não especificou quantos soldados estão deixando a área e não fez menção a duas outras províncias que fazem fronteira com o leste ucraniano.

Uma retirada, que reduziria os temores ocidentais de uma intervenção russa imediata, pode diminuir a tensão antes da eleição presidencial de domingo na Ucrânia. Os Estados Unidos e a União Europeia esperam que a votação fortaleça o governo central de Kiev, que combate separatistas pró-Moscou no leste.

A Otan disse que a Rússia reuniu cerca de 40 mil tropas perto da divisa, aumentando o nervosismo surgido com a anexação russa da península da Crimeia, que levou as relações entre Ocidente e Oriente ao seu pior momento desde a Guerra Fria.

A Casa Branca e o Pentágono detectaram atividades na fronteira, mas disseram ser muito cedo para determinar se indica uma retirada ou mais um reposicionamento. “É impossível, nesta fase preliminar, dizer se este movimento que estamos vendo é simplesmente mais do mesmo ou preparativos para um recuo mais amplo”, disse o coronel Steve Warren, um porta-voz do Pentágono. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, declarou: “se isso fosse o início de uma retirada, elogiaríamos tal esforço”.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse nesta quarta-feira que a aliança ainda não detectou “provas visíveis” de um recuo russo da fronteira. “Acordo todas as manhãs torcendo para ver uma retirada verdadeira e significativa de tropas russa, mas tenho que dizer que até agora não tivemos provas visíveis disso”, disse ele em uma entrevista coletiva à imprensa em Sarajevo, na Bósnia.

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