Snowden pede prorrogação do asilo na Rússia, diz mídia local
Licença de permanência expiraria no final de julho
A imprensa russa noticiou, nesta quarta-feira, citando um advogado, que o ex-analista da NSA Edward Snowden pediu para estender por um ano sua estadia na Rússia.
O advogado russo que trabalha para o ex-técnico da inteligência americana disse que seu cliente pediu para estender por um ano o asilo temporário que a Rússia lhe concedeu em 1º de agosto de 2013 . Anatoly Kucherena afirmou, em comentários citados pelas agências de notícias russas, que Snowden solicitou às autoridades de migração do país que prorrogasse sua licença de permanência de um ano, e que expiraria no final de julho.
"Existe um procedimento estipulado pela lei russa. Nós cumprimos esse procedimento para conseguir asilo temporário. Termina em 31 de julho de 2014. Por isso, entregamos ao Serviço Federal de Imigração (FMS, na sigla em russo) os documentos para estender sua estadia na Rússia", disse Kucherena aos jornalistas, sem fornecer maiores detalhes.
Segundo a legislação russa, o asilo temporário, que se concede por um ano, pode ser prorrogado um número ilimitado de vezes se não se modificarem as circunstâncias que motivaram sua outorga
Snowden chegou a Moscou em 23 de junho de 2013, fugindo da Justiça dos Estados Unidos, após revelar que ele era a fonte das informações, publicadas pelos jornais Washington Post e The Guardian, sobre escândalos de espionagem americana das comunicações em nível internacional.
Sem documentos de viagem, o ex-agente da NSA chegou ao aeroporto de Moscou, com a intenção de ir a algum país latino-americano, mas se viu obrigado a permanecer na zona de trânsito do aeroporto, de onde pediu asilo a 21 países.
Quatro latino-americanos se ofereceram: Equador, Bolívia, Nicarágua e Venezuela, mas, diante da impossibilidade de viajar, a Rússia lhe concedeu asilo em 1º de agosto, após cinco semanas no local.
Em paradeiro secreto desde que obteve o asilo, Snowden conseguiu trabalho, recebeu uma visita de seu pai e vários prêmios internacionais de organizações de direitos humanos, por suas revelações.
Com informações da AP, AFP e EFE.