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Soldado russo publica selfie que sugere ofensiva na Ucrânia

Sistema de geolocalização informa que os soldados estão em um lugar para onde a Rússia nega ter enviado tropas

1 ago 2014 - 14h25
(atualizado às 15h11)
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<p>Alexander Sotkin, 24 anos, publicou no Instagram uma série de fotos geolocalizadas no povoado de Voloshino</p>
Alexander Sotkin, 24 anos, publicou no Instagram uma série de fotos geolocalizadas no povoado de Voloshino
Foto: Instagram / Reprodução

Fotos divulgadas na internet por soldados russos - incluindo duas geolocalizadas na Ucrânia, para onde a Rússia nega ter enviado unidades militares - colocaram Moscou em apuros.

Alexander Sotkin, de 24 anos, publicou em sua conta no Instagram uma série de fotos geolocalizadas no povoado de Voloshino, onde sua unidade militar parece se encontrar. Nos dias 5 e 6 de julho publicou outras duas fotos geolocalizadas a 10 km dali, dentro do território ucraniano.

O site americano BuzzFeed revelou a existência destas fotos de Sotkin com as menções "exército" e "exercícios 2014", que poderiam indicar que o exército russo cruzou a fronteira com a Ucrânia, apesar da negativa de Moscou.

Interrogado pela AFP, um especialista em informática indicou que é possível falsificar a geolocalização de fotos, embora, para isso, seja preciso ter ótimos conhecimentos de codificação.

Por sua vez, o ministério da Defesa russo negou-se a comentar estas informações.

Na legenda de outras fotos, geolocalizadas em Voloshino, Sotkin conta que passou o dia "sentado trabalhando no 'Buk', ouvindo música".

Para o BuzzFeed, isto significa que as unidades militares russas que estavam perto da fronteira com a Ucrânia tinham mísseis terra-ar Buk, dias antes da queda de um avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia. Segundo as potências ocidentais, um míssil Buk teria derrubado este avião.

No entanto, a palavra 'Buk' pode ser a abreviação russa de "notebook", e Sotkin poderia ter passado o dia trabalhando em seu computador, e não em um míssil.

Outros soldados russos publicaram no mês passado na rede social russa Vkontakte fotos de suas atividades sem geolocalização, afirmando que haviam disparado contra posições ucranianas, o que confirma as alegações de Washington e Kiev.

"Disparamos durante toda a noite contra a Ucrânia", escreveu no dia 23 de julho o soldado Vadim Grigoriev, sob uma foto que mostrava meia dúzia de morteiros. Depois publicou outra foto de dois canhões em um campo de trigo.

"Estas fotos foram tiradas há muito tempo. Provavelmente hackearam minha página do Vkontakte", declarou Grigoriev no dia seguinte ao canal Rossiya24. Desde então, sua conta está cancelada.

Dias antes, na mesma rede social, outro soldado, Mikhail Shugunov, divulgou duas fotos de lança-foguetes Grad com a legenda: "Grad em direção à Ucrânia".

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Outro soldado divulgou o mapa do percurso de sua unidade em direção à fronteira entre Rússia e Ucrânia.

"Estes soldados dizem qualquer coisa, que estão na Ucrânia, por exemplo, apenas para se gabar para suas namoradas", declarou à AFP o deputado comunista Vadim Soloviev.

Soloviev, que apresentou um projeto de lei para limitar o uso da internet por parte dos soldados russos, estima que estas publicações são "um risco para a Rússia. Os ocidentais podem usá-las para realizar tarefas de espionagem ou desinformação", acrescentou.

"Quando entram no exército, os soldados deveriam ter a obrigação de respeitar regras de confidencialidade", afirmou Soloviev.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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