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Suécia: polícia pede reforço para conter onda de violência em Estocolmo

24 mai 2013 - 17h22
(atualizado às 17h47)
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Foto do dia 21 de maio mostra carro em chamas após distúrbios em Kista, no subúrbio de Estocolmo
Foto do dia 21 de maio mostra carro em chamas após distúrbios em Kista, no subúrbio de Estocolmo
Foto: AP

A polícia reforçou sua presença nesta sexta-feira em Estocolmo na tentativa de pôr fim à onda de violência que sacudiu durante cinco noites a periferia da capital sueca. A onda de violência teria como estopim a morte de um morador de 69 anos de Husby, assassinado pela polícia dentro de casa.

O porta-voz da Polícia, Kjell Lindgren, afirmou que reforços chegam das cidades de Gotemburgo e Malmö, segunda e terceira maiores cidades da Suécia. Ele indicou o número de policiais mobilizados. Segundo Lindgren, as patrulhas organizadas pelos pais dos jovens da periferia e voluntários de associações de moradores contribuíram para diminuir a tensão.

Mesmo assim, dezenas de veículos foram queimadas na madrugada de quinta para esta sexta-feira e focos de incêndio -- rapidamente controlados -- foram registrados em três escolas e em uma delegacia de bairros pobres da periferia de Estocolmo, com forte presença estrangeira.

Os bombeiros indicaram na sua página no Twitter que haviam feito mais de 70 intervenções durante a madrugada para conter incêndios em carros, prédios e lixeiras. O total é inferior aos 90 focos contidos na noite anterior. O porta-voz da polícia anunciou 13 prisões de pessoas de 17 a 26 anos. Ele disse que não houve feridos.

"Agora as pessoas sabem onde é Husby"

Um jovem que disse ter participado dos incidentes, e identificado pela rádio pública SR com o psudônimo de Kim, disse ter agido por revolta contra o desemprego e o racismo que assolam esses bairros. "Nós queimamos carros, atiramos pedras na polícia, nas viaturas. Mas é uma coisa boa, porque agora as pessoas sabem onde é Husby (...) É a única maneira de se fazer entender", declarou.

Em Rinkeby, bairro de Estocolmo conhecido pela concentração de imigrantes pobres, cinco carros estacionados lado a lado foram totalmente queimados, constatou um fotógrafo da AFP. Em Jordbro, ao sul de Estocolmo, o incêndio de um carro se alastrou para um edifício comercial, que ficou muito comprometido.

Outros três veículos foram incendiados em Norsborg enquanto o incêndio de uma delegacia de polícia em Älvsjö era controlado. Um foco de incêndio numa escola do bairro de Tensta e num jardim de infância também foram controlados. Os policiais de Södertälje, cidade da periferia de Estocolmo, disseram que a localidade tinha sido alvo da ação de vândalos.

De acordo com a rádio SR, três grandes companhias de seguro da Suécia, If, Folksam e Trygg-Hansa, já foram acionadas devido a incêndios em de 20 a 30 veículos. Uma diretora da seguradora If estimou em "milhões" de coroas suecas (centenas de milhares de euros) as franquias a serem pagas.

Imigração

A onda de violência provocou um debate na Suécia sobre a integração dos imigrantes, que representam cerca de 15% da população, se concentram nos bairros pobres das grandes cidades do país e sofrem com uma taxa de desemprego mais elevada do que a do restante da população. Em Husby, a taxa de desemprego atingiu 8,8% em 2012, contra 3,6% em Estocolmo.

No exterior, as manifestações nas periferias colocaram em xeque o mito de uma sociedade sueca pacífica e igualitária. O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido e a embaixada dos Estados Unidos em Estocolmo colocaram em estado de alerta seus expatriados e recomendaram evitar os bairros afetados pelas perturbações.

A onda de violência teria como estopim a morte de um morador de 69 anos de Husby, assassinado pela polícia dentro de casa. As forças de segurança alegaram que tinham agido em legítima defesa, já que o homem - que estaria armado - estava fora de si.

Em razão de uma política de imigração liberal, a Suécia tornou-se nas últimas décadas um dos primeiros destinos dos imigrantes na Europa. Muitos deles vêm de países e regiões como Iraque, Afeganistão, Somália, Bálcãs e, mais recentemente, da Síria.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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