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Tia culpa Canadá e 'mundo inteiro' pela morte do sobrinho

Tima Kurdi afirma que Canadá rejeitou o pedido de refúgio pela falta de "um documento" que a família não tinha acesso

3 set 2015 - 17h26
(atualizado às 18h03)
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Abdullah Kurdi foi o único sobrevivente do naufrágio de uma embarcação de refugiados que matou seus dois filhos e esposa
Abdullah Kurdi foi o único sobrevivente do naufrágio de uma embarcação de refugiados que matou seus dois filhos e esposa
Foto: EFE

Tima Kurdi, tia de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos que morreu afogado junto com o irmão, de 5 anos, e a mãe, de 35, quando tentavam atravessar o Mediterrâneo fugindo da Síria, declarou nesta quinta-feira (3) que considera o governo canadense "e o mundo inteiro" como responsáveis pela morte de seus familiares.

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Kurdi, que chegou ao Canadá em 1992, deu uma emotiva entrevista coletiva em sua casa em Coquitlam, na província da Colúmbia Britânica, e contou que tentou patrocinar a família para que fosse aceita como refugiada pelo governo canadense.

Porém, segundo Tami Kurdi, o Canadá rejeitou o pedido de refúgio pela falta de "um documento".

Perguntada se responsabilizava o governo canadense pela morte dos familiares, Kurdi afirmou que sim.

"(O governo canadense) me disse que faltava um documento para minha família", lamentou.

Tami Kurdi também disse que seu irmão e pai dos meninos, Abdullah Kurdi, contou que não poderia conseguir o documento que o governo canadense exigia porque era um certificado de residência das autoridades turcas.

Chorando, Kurdi citou várias vezes os dois sobrinhos, que há apenas duas semanas tinham pedido uma bicicleta. "Pobrezinhos, nunca tiveram uma boa vida", disse.

"Honestamente, não quero só responsabilizar o Canadá. Estou responsabilizando todo o mundo por não ajudar os refugiados o suficiente e por não parar esta guerra. E sei que podem fazê-lo. Se ninguém financiar os rebeldes, a guerra parará", criticou.

A cidadã sírio-canadense também explicou que, pouco antes de seus familiares tentarem abandonar a Turquia em uma embarcação com destino à Grécia, falou por telefone com sua cunhada, que confessou ter dúvidas sobre a viagem.

"Estou tão assustada com a água. Não sei nadar", teria desabafado a mãe das crianças.

'Estão todos mortos agora', diz pai de menino sírio:
EFE   
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