Tribunal italiano afasta menino da mãe por ser "afeminado"
Advogado diz que tribunal emitiu ordem "discriminatória"
Um menino com "dificuldades de identificação sexual" foi afastado de sua mãe por um tribunal de Pádua, informou o jornal local Il Mattino di Padova nesta terça-feira (10).
Segundo a publicação, o afastamento teve como base um relatório do serviço social em que é relatado que a criança tem um mundo afetivo "ligado quase exclusivamente a figuras femininas" e com uma relação com a mãe que aparenta ser "conotada com aspectos de dependência, sobretudo referindo-se às relações diádicas com uma consequente dificuldade de identificação sexual".
O advogado da mãe, Francesco Miraglia, contestou a decisão judicial e afirmou ser "escandalosa a decisão de afastar um menino somente por um comportamento afeminado". "Isso me parece uma medida de pura discriminação", disse Miraglia ao jornal.
As assistentes sociais ainda afirmam no relatório que a criança apresenta um "distúrbio de personalidade". "Nas relações com seus pares e adultos, é agressivo, provocatório, mal educado e tende a ser excêntrico. Tende de todas as maneiras afirmar que é diferente e ostenta comportamentos afeminados de maneira provocatória", escreveram.
A decisão do tribunal, que está no centro de uma audiência na próxima semana e que contará com os pais da criança, segue ainda um outro pedido de afastamento do menor com a indicação de que ele vá para um centro de atendimento diurno entre às 7h e às 19h.