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Tropas são posicionadas em Paris após série de atentados

Operação massiva quer garantir segurança de chefes de governo e de população em marcha no domingo em Paris

10 jan 2015 - 13h11
(atualizado às 13h33)
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Cerca de 500 militares estão sendo posicionados na região de Paris após três dias de terror que deixaram 17 mortos na capital francesa. O ministro do Interior, Bernard Cazaneuve, disse que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para proteger o país.

Policial deposita flores em supermercado atacado por extremista (foto: Reuters)
Policial deposita flores em supermercado atacado por extremista (foto: Reuters)
Foto: BBC Mundo / Copyright

Após se reunir com os principais ministros franceses na manhã deste sábado, Cazaneuve anunciou que o nível de alerta das forças de segurança na França será mantido em seu patamar máximo "durante as próximas semanas".

Ele também prometeu que um esquema de segurança reforçado será implementado na capital durante o domingo, durante a realização de uma marcha massiva em homenagem às vítimas dos ataques.

O evento deve ter a participação dos premiês David Cameron (Grã-Bretanha), Ahmet Davutoglu (Turquia), Mariano Rajoy (Espanha), Sergei Lavrov (Rússia) e da chanceler (premiê) Angela Merkel (Alemanha) - além das autoridades do governo francês.

"No sábado, os franceses vão gritar seu amor pela liberdade", afirmou o premiê francês Manuel Valls.

Ele também disse que a França será "firme e implacável diante dos inimigos da liberdade" e exortou as pessoas a "assumir suas responsabilidades".

Inteligência francesa tenta localizar cúmplices de extremistas mortos em cercos

Neste sábado, o clima é de consternação no país. Ao menos 22 mil pessoas participaram de marchar silenciosas para lembrar as vítimas dos atentados na capital e nas cidades de Nice, Pau e Orleans.

Enquanto isso, setores de inteligência e a polícia caçam possíveis cúmplices dos três atiradores mortos pela polícia depois de dois cercos na sexta-feira.

De acordo com a Promotoria, cinco pessoas ligadas aos suspeitos estão sob custódia da polícia.

O principal alvo é porém a companheira do extremista que invadiu um supermercado na sexta-feira - Hayat Boumeddiene, que foi classificada como "armada e perigosa", e está foragida. Ela é suspeita de ter participado do assassinato de uma policial na quinta-feira.

Após as ações contra os extremistas, o presidente François Hollande disse que o perigo ainda não passou.

"Temos que ficar vigilantes. Também peço para que vocês fiquem unidos – essa é a nossa melhor arma", afirmou em pronunciamento à nação.

Cercos

Os dois cercos da polícia a extremistas na França na sexta-feira terminaram de forma dramática.

O primeiro deles – em Dammartin-en-Goele, a 35 quilômetros de Paris – evolveu os dois irmãos que atacaram a revista Charlie Hebdo na quarta-feira, matando 12 pessoas.

Cherif e Said Kouachi foram mortos pela polícia quando saíram atirando do prédio onde estavam refugiados. O local estava cercado pelas forças de segurança.

Autoridades afirmaram que eles tinham um lança rojão protátil, conhecido como RPG (sigla em inglês de granada propelida por foguete), pronto para ser usado.

Um funcionário feito refém havia sido solto mais cedo pelos suspeitos e um segundo empregado, que estava escondido na lanchonete do edifício, foi libertado pela polícia quando o tiroteio terminou.

Logo depois, as forças de segurança lançaram um ataque contra o supermercado invadido por Amedy Coulibaly em Paris. O suspeito foi morto e 15 reféns foram resgatados. Os corpos de quatro vítimas foram encontrados. Elas teriam sido mortas antes da invasão policial.

Antes de ser morto, o atirador disse a uma rede de TV francesa por telefone que seria membro do autodenominado Estado Islâmico e que teria "coordenado" seu ataque com as ações dos irmãos Kouachi.

A Promotoria francesa confirmou que os três suspeitos falaram por telefone cerca de 500 vezes nos meses anteriores aos atentados.

Autoridades francesas disseram que decidiram invadir o supermercado porque podiam ouvir o que estava aocntecendo dentro do prédio. Isso porque depois de conversar com a emissora de TV, Coulibaly teria esquecido de desligar o telefone.

Por causa disso, em dado momento a polícia conseguiu ouvir o atirador recitando orações destinadas a pessoas à beira da morte e decidiu ordenar que dezenas de comandos armados invadissem o local.

Até a tarde de sábado o governo francês não havia divulgado informações sobre as quatro vítmas mortas.

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