Tuítes antissemitas de cantora causam polêmica na Turquia
Artista parece elogiar Hitler por ter exterminado judeus em massa, escrevendo "Deus abençoe Hitler"
A cantora Yildiz Tilbe, muito popular na Turquia, causou polêmica nesta sexta-feira depois de ter tuitado afirmações antissemitas em reação aos ataques aéreos israelenses contra Gaza, ganhando o apoio do prefeito da capital turca, Ancara.
"Se Deus permitir, serão novamente os muçulmanos que vão acabar com esses judeus, logo, logo", declarou em sua conta oficial no Twitter @YildizzTilbee, a cantora pop que fez sucesso na Turquia nos anos 90.
"Eles (os judeus) são hostis a Alá e a todos os profetas, incluindo o seu, Moisés", postou também.
Em um outro tuíte, a cantora parece elogiar Hitler por ter exterminado judeus em massa, escrevendo "Deus abençoe Hitler".
A comunidade judaica da Turquia condenou as afirmações "racistas, que incitam ao ódio" e pediu que a justiça "inicie imediatamente os procedimentos legais necessários" previstos pelo código penal.
Os comentários logo se multiplicaram nas redes sociais. Muitos exigem que a cantora peça desculpas.
Tilbe reagiu às críticas, afirmando que não é racista.
"A opressão aos muçulmanos está presente no mundo inteiro. E há algum americano ou judeu que esteja sendo massacrado, com seu país bombardeado, onde as pessoas estejam sendo mortas?", acrescentou.
O prefeito de Ancara, Melik Gokcek, um dos líderes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder, manifestou apoio à cantora, retuitando a maior parte de seus comentários, à exceção dos relacionados a Hitler, considerados "cheios de inteligência" pelo político.
"Eu te aplaudo, Yildiz Tilbe, pelas mensagens que você enviou aos seus colegas e, particularmente, à nação turca", escreveu.
A Turquia é um dos raros Estados de maioria muçulmana a manter relações diplomáticas com Israel. Mas essas relações se deterioraram depois da chegada ao poder do partido conservador islâmico AKP, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
A ofensiva aérea israelense em Gaza deixou mais de 100 palestinos mortos em quatro dias, enquanto os disparos de foguetes em direção a Israel eram mantidos nesta sexta-feira.