Aviões abatidos violaram espaço aéreo por 17 s, diz Turquia
A Turquia informou nesta terça-feira à ONU que dois aviões militares tipo Su-24 violaram seu espaço aéreo durante 17 segundos antes que seus caças derrubassem um deles, que caiu no lado sírio da fronteira.
Em carta enviada ao Conselho de Segurança, o embaixador turco nas Nações Unidas, Halit Cevik, disse que os caças, dos quais não especificou a nacionalidade, receberam 10 advertências em cinco minutos enquanto se aproximavam da Turquia pela região de Yayladag/ Hatay.
"Ignorando esses avisos, ambos aviões, a uma altitude de 19.000 pés, violaram o espaço aéreo nacional turco até uma profundidade de 1,36 milhas e uma extensão de 1,15 milhas durante 17 segundos", assinala a carta.
Após isso, uma das aeronaves mudou seu rumo e deixou o espaço aéreo da Turquia, enquanto a outra foi atacada por F-16 turcos e caiu em território sírio, assinalou Cevik.
A carta detalha a versão turca da derrubada hoje de um caça russo na fronteira sírio-turca, um incidente que disparou as tensões entre Moscou e Ancara.
Segundo o embaixador turco, seu país "não duvidará em exercer seus direitos sob a legislação internacional para proteger a segurança de seus cidadãos e suas fronteiras em cumprimento das normas estabelecidas".
O Reino Unido, que este mês preside o Conselho de Segurança, confirmou o recebimento da carta e se declarou preparado para convocar o mais rápido possível uma reunião para abordar o tema se algum país assim solicitar.
Perguntado pelos jornalistas, o representante russo na ONU, Vitaly Churkin, se limitou a dizer que "talvez" seu país coloque o assunto perante o principal órgão de decisão das Nações Unidas.
A Rússia sustenta que seu caça derrubado nunca entrou no espaço aéreo turco e seu presidente, Vladimir Putin, tachou o ataque de "golpe pelas costas".
Além disso, Putin acusou às autoridades turcas de serem "cúmplices do terrorismo".
A Rússia confirmou hoje a morte de um dos dois pilotos de seu caça Su-24 derrubado e não esclareceu a situação do segundo piloto, que o moderado Exército Livre Sírio diz estar em seu poder, enquanto as milícias turcomanas asseguram ter matado os dois tripulantes do avião russo quando desciam em paraquedas.