Turquia detém mais de 50 oficiais de polícia
Operações de "limpeza nas forças de segurança" foram realizadas em mais de 20 cidades; suspeitos são acusados de crimes como espionagem e falsificação de documentos
As autoridades turcas detiveram nesta terça-feira 55 oficiais da polícia no âmbito da investigação criminal sobre acusações de corrupção e de abuso de poder, prosseguindo com a limpeza nas forças de segurança e na magistratura, informou a rede de televisão local.
Quarenta funcionários na ativa ou aposentados foram detidos em Istambul, incluindo o ex-chefe da unidade antiterrorista da polícia, Omer Kose. Os outros 15 foram presos em outras cidades.
Na grande operação realizada pela manhã, a polícia de Istambul realizou 200 intervenções. As imagens de televisão mostravam os oficiais algemados.
O Hurryiet Daily indicou que as operações foram realizadas simultaneamente em 22 cidades da Turquia.
Os suspeitos são acusados de espionagem, escutas ilegais, falsificação de documentação oficial, violação da vida privada, fabricação de provas e de violar o sigilo de instrução, segundo a imprensa.
As autoridades turcas lançaram no fim de junho uma grande investigação judicial contra o movimento religioso do pregador exilado Fetulah Gullen, inimigo do primeiro-ministro islamita-conservador, Recep Tayyip Erdogan.
Erdogan acusa o movimento de seu ex-aliado de ter manipulado a investigação sobre um escândalo de corrupção que envolvia o primeiro-ministro e pessoas próximas.
Apesar das críticas e dos escândalos, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do primeiro-ministro conquistou uma ampla vitória nas eleições municipais de 30 de março e Erdogan é o candidato considerado vencedor da eleição presidencial de 10 de agosto.