Turquia prende 1º cidadão por se juntar ao Estado Islâmico
Suspeito, em prisão preventiva e identificado como Moussa Göktas, admitiu ter viajado para a Síria de forma clandestina em outubro de 2014
A polícia da Turquia prendeu pela primeira vez um cidadão turco que se integrou durante vários meses ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, informou nesta quarta-feira a versão digital do jornal "Vatan".
O suspeito, em prisão preventiva e identificado como Moussa Göktas, de 38 anos, admitiu ter viajado para a Síria de forma clandestina em outubro de 2014 com os dois filhos gêmeos, de 15 anos.
"Quis viver uma vida de acordo com a minha fé e acredito que o EI esteja próximo a minhas crenças", declarou o acusado.
Göktas disse ter sido admitido pelos dirigentes jihadistas "após dez ou doze dias de educação religiosa" para comprovar a firmeza da fé dos aspirantes.
"Uma vez estabelecido que éramos muçulmanos, nos aceitaram e trabalhamos na área de cozinha. Ganhamos US$ 90 por cabeça, ou seja US$ 270 no total. Nunca participei de atividades armadas", relatou Göktas, segundo o jornal.
O homem contou que retornou à Turquia há poucos dias para pagar dívidas e conversar com sua mulher.
No entanto, a esposa já havia feito uma denúncia por suspeitar que seu marido viajou com os dois filhos à Síria sem informá-la e Göktas foi detido ao ser identificado em um posto de controle da polícia aos passageiros do ônibus em que estava, perto de Gaziantep.
Segundo o "Vatan", esta é a primeira vez que a Turquia prende um membro do EI, apesar de serem vários os turcos nas linhas de frente dos jihadistas.
Um comunicado do Estado-Maior do Exército, divulgado nesta quarta-feira no site da entidade, afirma que as forças de segurança detiveram na segunda-feira passada quatro suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico em Oguzeli, município próximo ao aeroporto de Gaziantep.
O informativo explica que foi iniciada uma investigação judicial, sem esclarecer se existe alguma relação com a detenção de Göktas.
O ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Çavusoglu, divulgou nesta quarta-feira os últimos números da luta contra o fluxo de jihadistas europeus que chegam à Síria através da Turquia.
As autoridades turcas impediram a entrada de 9.915 pessoas no país desde 2011 e deportaram 1.065 após identificá-las e detê-las na Turquia, disse Çavusoglu à emissora "Ülke TV".
Das 9.915 ordens de bloqueio de entrada no país, 1.800 foram feitas pela Interpol, explicou o ministro.