Turquia propõe lei que autoriza tiros da polícia em protesto
Os agentes também poderão prender os manifestantes sem a necessidade de acusações por 24 horas
O governo da Turquia apresentou ao parlamento um projeto de lei que aumenta a autoridade da polícia, permite que os agentes disparem caso sejam atacados com coquetéis molotov, facilita os grampos telefônicos e aumenta os períodos de prisão, segundo informou nesta terça-feira o jornal Hürriyet.
A nova medida, que ainda precisa ser discutida, permite que os policiais prendam manifestantes sem a necessidade de acusações por 24 horas, período que pode ser estendido para 48 horas se o detido for considerado perigoso.
A legislação também inclui fogos de artifício e coquetéis molotov na categoria de armas de fogo e autoriza os agentes a atirarem se forem atacados por esses objetos.
A nova norma permite que a polícia pratique escutas telefônicas durante um período de 48 horas sem autorização judicial, para os casos em que seja essencial atuar com rapidez.
O projeto de lei foi criticado pela oposição como um passo em direção ao autoritarismo do governo. O Exército turco também criticou o projeto, que aumenta o controle do Ministério do Interior sobre o serviço de guarda costeira e a gendarmaria, uma força policial militarizada.
Fontes militares citadas pelo Hürriyet alertam que a lei causará a politização das forças de segurança, agora controlados pelo Exército, quando o Ministério do Interior assumir as competências sobre as nomeações, as ascensões, as sanções e as substituições.