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Ucrânia aumenta pressão sobre separatistas pró-Rússia

Nos últimos dias, governo se concentrou na ofensiva militar que já recuperou várias cidades que estavam sob controle dos separatistas

9 jul 2014 - 12h59
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<p>Tropas ucranianas guardam um posto de controle em uma estrada, cerca de 50 km da cidade de Odessa, em 9 de julho</p>
Tropas ucranianas guardam um posto de controle em uma estrada, cerca de 50 km da cidade de Odessa, em 9 de julho
Foto: ALEXEY Kravtsov / AFP

O exército ucraniano anunciou nesta quarta-feira que controla os acessos à cidade de Donetsk, um dos redutos dos separatistas pró-Rússia no leste do país, apesar das pressões dos países europeus para que Kiev declare uma trégua e inicie negociações.

O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel têm pressionado o governo ucraniano para uma solução diplomática do conflito.

Mas nos últimos dias o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se concentrou na ofensiva militar que já recuperou várias cidades que estavam sob controle dos separatistas.

A situação em Donetsk era de relativa calma, com lojas e transportes públicos em ritmo normal de funcionamento, sem qualquer movimentação das tropas de Kiev em direção às posições rebeldes.

Em Lugansk, a outra cidade ainda controlada pelos insurgentes, as autoridades anunciaram que três pessoas morreram e cinco ficaram feridas nas últimas 24 horas, mas durante a noite não foram registrados bombardeios ou tiros de artilharia.

Os tiroteios se concentravam na área da estação rodoviária, perto do quartel-general dos separatistas, onde um obus atingiu um veículo de transporte coletivo e matou duas pessoas.

Muitas lojas permaneciam fechadas, mas os pequenos ônibus municipais circulavam com normalidade.

O ministério indicou que a situação era especialmente "tensa" nos arredores das cidades de Donetsk, Lugansk e Grolivka. Também destacou que o exército pretende controlar a fronteira com a Rússia para "isolar de forma sólida a zona de conflito".

Em Donetsk, o líder rebelde Igor Strelkov disse em uma entrevista que a cidade não estava preparada para um possível ataque com tanques de Kiev e que precisaria mobilizar de 8.000 a 10.000 homens para deter o avanço do exército.

Também anunciou que os soldados começarão a receber um salário "relativamente bom, levando em consideração as condições locais", o que deve, segundo ele, ajudar os que têm dúvidas a decidir sobre aderir ao lado dos combatentes.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko prometeu que em breve as cidades de Donetsk e Lugansk serão libertadas, durante uma visita a Slaviansk, ex-reduto insurgente que foi retomado recentemente.

Poroshenko usou roupa de camuflagem durante a visita e foi acompanhado por vários ministros e seguranças na praça central de Slaviansk. Centenas de moradores, em busca de ajuda humanitária, receberam o presidente.

Questionado sobre uma data de visita às outras duas grandes cidades que ainda estão sob controle dos separatistas, respondeu: "Acredito que muito em breve".

"Todas as estradas para Donetsk e Lugansk estão bloqueadas e foram estabelecidos postos de controle das tropas da operação antiterrorista", anunciou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Andri Lysenko.

O novo governo ucraniano afirma que não negociará com os rebeldes até a entrega das armas, o que significa uma rejeição implícita das propostas de negociação das potências europeias que defendem um cessar-fogo.

Mas o governo de Kiev considera que uma trégua serviria apenas para dar tempo aos rebeldes para obter novas armas.

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