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Ucrânia detalha plano de cessar-fogo após conversa com Putin

Plano, que inclui anistia para combatentes separatistas que deixarem as armas, foi detalhado pelo presidente ucraniano esta manhã

18 jun 2014 - 09h37
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<p>Presidente ucraniano, Petro Poroshenko participa de&nbsp;uma cerim&ocirc;nia de gradua&ccedil;&atilde;o na Universidade Nacional de Defesa da Ucr&acirc;nia, em Kiev, em&nbsp;18 de junho</p>
Presidente ucraniano, Petro Poroshenko participa de uma cerimônia de graduação na Universidade Nacional de Defesa da Ucrânia, em Kiev, em 18 de junho
Foto: Reuters

Após uma conversa telefônica durante a noite com o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, estabeleceu, nesta quarta-feira, propostas para um plano de paz para o leste da Ucrânia envolvendo um cessar-fogo unilateral de forças do governo.

Falando aos alunos de um instituto militar em Kiev, Poroshenko delineou um plano de 14 passos, incluindo uma anistia para combatentes separatistas que deixarem as armas, e maior controle sobre a fronteira da Ucrânia com a Rússia. O ministro em exercício da Defesa, Mykhailo Koval, disse a jornalistas na capital que o cessar-fogo “acontecerá nos próximos dias”.

A Ucrânia acusa a Rússia de apoiar os rebeldes do leste ucraniano, uma região industrial onde a maioria fala russo e se levantou contra o governo após os protestos em Kiev terem derrubado Viktor Yanukovich, um presidente próximo a Moscou. O governo ucraniano diz que os rebeldes estão trazendo armas através da fronteira com a Rússia.

“O plano começará com minha ordem de um cessar-fogo unilateral”, disse Poroshenko. “Imediatamente após isso, precisamos rapidamente conseguir apoio para o plano de cessar-fogo… de todos os participantes”.

Poroshenko afirmou na segunda-feira que o cessar-fogo poderia começar apenas se a fronteira estiver segura, e que ele havia ordenado às suas tropas que retomassem o controle dela para permitir a trégua e as conversações de paz.

O Kremlin informou que a conversa de Putin com Poroshenko no fim da noite de terça-feira havia “abordado o tema de um possível cessar-fogo na área de ação militar no sudeste da Ucrânia”.

O governo russo tem pedido o fim imediato do que chamou de “operação punitiva” de forças ucranianas contra separatistas pró-Rússia no leste do país.

As relações entre os dois países estão abaladas, três meses após a Rússia ter considerado como golpe de Estado o levante —apoiado pelo Ocidente— contra Yanukovich e, logo em seguida, ter anexado a península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

O governo russo reconheceu de má vontade Poroshenko como novo líder eleito da Ucrânia, mas as tensões ainda estão altas, exacerbadas pela decisão da Rússia de cortar o abastecimento de gás para a Ucrânia após os dois lados não terem conseguido chegar a um acordo sobre os preços e a dívida de Kiev.

Nesta quarta-feira investigadores russos acusaram o ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, e o governador da região oriental de Dnipropetrovsk, Ihor Kolomoisky, de atos criminosos no avanço militar do governo contra os separatistas.

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