Ucrânia: diálogo faz parte do plano de paz do presidente
Poroshenko fez um discurso televisado. Putin, que havia aprovado o princípio de um cessar-fogo, também apoia "um dialogo substancial" entre as duas partes em conflito
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, apresentou neste domingo à nação seu plano de paz para o leste separatista, que prevê um diálogo com os rebeldes pró-russos sem envolvimento em atos "de assassinato ou tortura", a fim de restaurar a integridade do país.
O discurso televisado de 12 minutos acontece após a entrada em vigor de um cessar-fogo declarado por Kiev para permitir que os rebeldes entreguem suas armas. Contudo, os combates entre o Exército e os rebeldes, que já fizeram 375 mortos, continuam com a mesma intensidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, que havia aprovado o princípio de um cessar-fogo, apelou neste domingo por "um dialogo substancial" entre as duas partes em conflito na Ucrânia.
Putin também pediu a Kiev que pare com suas operações militares no leste do país. "As operações militares não pararam. Não posso dizer quem é responsável", declarou.
Moscou já havia considerado no sábado que as condições apresentadas pelo presidente pró-ocidental para acabar com a revolta não seriam realistas sem a participação dos separatistas na mesa de negociações.
Em seu discurso, o presidente Poroshenko, que tomou posse no dia 7 de junho apoiado por líderes ocidentais, afirma que o "ambiente pacífico é o nosso palco principal. É o nosso plano A".
Mas advertiu que "aqueles que pretendem utilizar estas negociações de paz com o único objetivo de ganhar tempo e reunir suas forças devem saber que nós temos um plano B. Não irei detalhá-lo agora, porque eu acho que o nosso plano pacífico vencerá", acrescentou.
Pouco antes, um líder rebelde considerou que os esforços de Poroshenko eram "insignificantes", enquanto não incluísse a retirada das tropas ucranianas do leste e um reconhecimento de sua independência.
"Alguns pontos de vista totalmente opostos não serão uma barreira para a participação nas negociações. Estou disposto a conversar com aqueles extraviados que optaram por posições separatistas. Exceto, é claro, aqueles que se envolveram em atos de terrorismo, assassinato ou tortura", declarou o presidente.
"Eu garanto a segurança para todos os participantes nas negociações, para todos aqueles que quiserem adotar a linguagem dos argumentos e não a linguagem das armas", assegurou Poroshenko.
Este plano de paz foi revelado há alguns dias no site de uma televisão local. Ele, contudo, não fazia menção a um diálogo com os separatistas, fazendo referência apenas a uma anistia para "aqueles que depuserem suas armas e que não cometeram nenhum crime grave".
Em Siversk, uma localidade de 3.000 habitantes a oeste de Slaviansk, um dos redutos separatistas, o anúncio de cessar-fogo produziu pouco efeito junto aos rebeldes, que prosseguem os combates contra as autoridades de Kiev.
"Nós vamos persistir. Meus dois avôs foram mortos na Segunda Guerra Mundial. Eles lutaram contra o nazismo. Eu continuo o combate", afirmou Andreï, de 31 anos.
O plano de paz inclui a criação de uma zona tampão de 10 km ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia e um corredor para os mercenários russos, que lhes permita voltar à Rússia após entregarem suas armas.
Também prevê o fim da "ocupação ilegal" dos edifícios da Administração Regional de Donetsk e Lugansk, controladas pelos rebeldes, a rápida organização de eleições locais e um programa para a criação de emprego na região.
Também se refere à descentralização do poder e à proteção da língua russa por meio de emendas à Constituição.
Paralelamente a esses esforços, Kiev e seus aliados ocidentais estão preocupados com a presença de novas forças russas ao longo da fronteira. Os Estados Unidos acusaram Moscou de armar os rebeldes e advertiram para o envio de qualquer tropa à Ucrânia.
O presidente da Rússia enviou no sábado mensagens contraditórias às autoridades ucranianas, colocando suas forças armadas em estado de alerta e, em seguida, oferecendo apoio ao plano de paz de Poroshenko.
Um porta-voz do Conselho ucraniano de Segurança e Defesa, Volodymyr Tchepovii, disse neste domingo que nenhum equipamento militar cruzou a fronteira nos últimos dois dias.
29 de maio - Membro de um grupo armado pró-Rússia chamado Exército Ortodoxo Russo monta guarda perto do aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
29 de maio - Médico observa 30 caixões preparados para o funeral de pró-russos mortos no aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
29 de maio - Membro de um grupo separatista pró-russo mostra uma imagem de um ícone religioso, em seu uniforme
Foto: Reuters
29 de maio - Separatistas pró-Rússia derrubaram nesta quinta-feira um helicóptero do Exército da Ucrânia, matando 14 militares, incluindo um general. Na foto, a fumaça deixada pelo ataque.
Foto: AP
27 de maio - Manifestantes pró-russos fortemente armados criam barricada na estrada onde fica o aeroporto, em Donetsk.
Foto: Reuters
27 de maio - Imagem de Jesus Cristo é vista em meio aos cacos de vidro e ao sangue, em cima de um caminhão, próximo ao aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
27 de maio - Menino caminha ao lado de uma arena de esportes, em Donetsk. A aerna foi incendiada por um grupo armado que invadiu o lugar.
Foto: Reuters
27 de maio - Coluna de fumaça sobre o aeroporto internacional de Donetsk. Mais de 50 rebeldes pró-russos foram mortos em um ataque sem precedentes por parte das forças do governo ucraniano, depois que o novo presidente foi eleito.
Foto: Reuters
27 de maio - Rebelde pró-russo se posiciona atrás de uma barricada recém-montada, próximo ao aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
12 de maio - Morador de Slaviansk, Yevgeni Kharkovski, de 75 anos, aponta os danos causados em sua casa devido a um bombardeio no bairro.
Foto: Reuters
12 de maio - Ativista pró-russo fica de guarda no lado de fora de um edifício administrativo na cidade ucraniana oriental de Luhansk
Foto: Reuters
11 de maio - Mulher cumprimenta um grupo de pró-russos armados, enquanto eles marchavam em direção a uma mesa de voto durante um referendo em Slaviansk
Foto: Reuters
11 de maio - Soldado ucraniano deixa sua arma em posição de tiro, em um posto de controle do exército, durante um referendo sobre a autonomia da Ucrânia
Foto: Reuters
11 de maio - Mulher é detida por forças de segurança ucranianas em um posto de controle do exército, por ter sido agressiva, durante um referendo sobre a autonomia no governo na cidade portuária de Mariupol
Foto: Reuters
11 de maio - Recruta do exército ucraniano faz gestos em um posto de controle, do lado de fora da cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia
Foto: Reuters
05 de maio - Apoiadores pró-russos gritam slogans durante uma manifestação após uma cerimônia fúnebre, em Odessa. Um deputado morreu em um incêndio no edifício sindical.
Foto: Reuters
04 de maio - Manifestantes pró-russos queimam uma bandeira ucraniana do lado de fora do prédio do conselho distrital, em Donetsk
Foto: Reuters
24 de abril - Membro de forças especiais da Ucrânia toma posição em um bloqueio na estrada da cidade de Slavyansk
Foto: AFP
24 de abril - Avião sobrevoa cidade no leste da Ucrânia. Pelo menos cinco insurgentes foram mortos nesta quinta-feira, após um ataque aéreo
Foto: AFP
24 de abril - Forças ucranianas mataram pelo menos dois insurgentes pró-russos no leste do país. Em foto, homens pró-Rússia descansam em posto de controle, durante a guarda
Foto: AP
24 de abril - Soldado ucraniano limpa partes do tanque de guerra em um posto de controle perto da aldeia de Artemiovska, a 20 km de Slovansk
Foto: AP
24 de abril - Homem mascarado pró-Rússia caminha ao lado de uma barricada na Ucrânia
Foto: AP
24 de abril - Homem armado pró-Rússia monta a guarda em um posto de controle na Ucrânia
Foto: AP
24 de abril - População participa de um comício pró-ucraniano em Luhansk, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
16 de abril - Soldados ucranianos entram em confronto com manifestantes pró-russos em um campo, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
16 de abril - Homem armado pró-russos fala com militares ucranianos em um blindado
Foto: Reuters
16 de abril - Bandeira russa é asteada sobre veículo blindado em Slaviansk
Foto: Reuters
16 de abril - Homens armados pró-russos passam por gabinete do prefeito, em Donetsk
Foto: Reuters
16 de abril - Militares ucranianos observam jato militar ucranianos que passa por cima deles, Kramatorsk
Foto: Reuters
16 de abril - Homens armados, aparentemente pró-russos, ficam de guarda em Slaviansk
Foto: Reuters
16 de abril - Slaviansk estava sob o controle das forças armadas ucranianas até a última quarta-feira
Foto: Reuters
16 de abril - Soldados ucranianos participam de confronto com manifestantes pró-russos no campo próximo a Kramatorsk
Foto: Reuters
16 de abril - Força ucranianas reforçara o seu controle sobre a cidade Kramatorsk na última quarta-feira
Foto: Reuters
15 de abril - Membros de uma unidade de defesa passam por um prédio queimado na Praça da Independência, em Kiev
Foto: Reuters
15 de abril - Militantes pró-Rússia caminham em direção ao aeroporto de Kramatorsk, no leste da Ucrânia
Foto: AP
15 de abril - General Vasyl Krutov participa de confronto do lado de fora do aeroporto de Kramatorsk. Na primeira ação militar ucraniana contra um levante pró-russos, as forças do governo entraram em confronto com cerca de 30 homens armados
Foto: AP
14 de abril - Manifestantes pró-Rússia participam de um comício em frente ao escritório do serivço de segurança do Estado, em Luhansk, no leste da Ucrânia.
Foto: Reuters
13 de abril - Pró-russos se reúnem em volta de uma barricada incendiada, próximo à sede da polícia em Slaviansk
Foto: Reuters
13 de abril - Duas manifestantes pró-russos também participam de reunião em uma barricada perto da sede da polícia em Slaviansk
Foto: Reuters
12 de abril - Apoiadores pró-Rússia participam de mais um comício em frente ao escritório so serviço de segurança do Estado. Ucrânia apelou à Rússia para deter "ações provocativas"
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12 de abril - Um homem armado é detido pelos manifestantes pró-russos, durante um comício em Luhansk.
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11 de abril: uma manifestante aguarda do lado de fora do prédio do governo de Donetsk onde protestos estão sendo realizados há dias
Foto: AP
11 de abril: homem caminha próximo às barricadas em Luhansk, cidade a 30 km da Rússia
Foto: AP
10 de abril: manifestantes pró-Rússia marcham com bandeiras em rua no porto de Odessa, cidade ucraniana no litorial do Mar Negro. Eles usam uniformes iguais aos dos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial
Foto: AP
10 de abril: ativista mascarado pró-Rússia sobe em barricada durante protesto próximo ao prédio do governo de Donetsk, Ucrânia
Foto: AP
9 de abril - protestos semelhantes aos vistos na Crimeia se espalham por cidades do leste da Ucrânia após a anexação da península à Rússia
Foto: AP
9 de abril - mulher envolvida por uma bandeira russa caminha em frente à barricada montada em Donetsk
Foto: AP
9 de abril - manifestantes pró-Rússia se aglomeram em uma barricada montada em frente ao edifício do serviço de segurança estatal SBU, em Lugansk, leste da Ucrânia
Foto: Reuters
9 de abril - manifestantes pró-Rússia montam barricadas no exterior de edifício do Governo em Donetsk
Foto: Reuters
8 de abril - manifestantes russófonos se reúnem diante de barricada montada em frente ao prédio do escritório do Serviço Estatal de Segurança em Lugansk, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
8 de abril - ativistas se concentram próximo ao prédio da Segurança da Ucrânia, na cidade de Lugansk
Foto: Reuters
7 de abril - manifestantes pró-Rússia entram em confronto com ativistas que apoiam a integridade territorial da Ucrânia, em Carcóvia
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7 de abril - protestos são realizados no exterior de prédios governamentais da cidade de Carcóvia
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7 de abril - pessoas usam pneus para montar barricadas em frente a um prédio público, da cidade de Carcóvia, no leste da Ucrânia
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6 de abril - ativistas pró-Rússia se concentram na varanda do escritório regional ucraniano do Serviço de Segurança em Lugansk
Foto: AP
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