Ucrânia diz que forças russas invadiram país e recorre à UE
O presidente ucraniano cancelou uma viagem à Turquia por escalada de violência; país pediu ajuda militar de envergadura à UE
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou nesta quinta-feira que forças russas invadiram a Ucrânia e convocou uma reunião urgente do conselho de defesa e segurança ucraniano para decidir quais serão as próximas medidas a tomar na crise.
Poroshenko convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, e antecipou que proporá reuniões urgentes do Conselho de Segurança da ONU e do Conselho da União Europeia.
"Eu tomei a decisão de cancelar uma visita de trabalho à República da Turquia por causa da rápida deterioração da situação na região de Donetsk, especialmente em Amvrosiyivka e Starobesheve, já que ocorreu uma invasão de forças russas", disse ele em comunicado na página presidencial na Internet.
O presidente ucraniano denunciou nesta quinta-feira "o desdobramento de tropas russas na Ucrânia", motivo pelo qual propôs reuniões urgentes do Conselho de Segurança da ONU e do Conselho da União Europeia.
"O mundo deve fazer uma avaliação sobre o repentino agravamento da situação na Ucrânia", disse Poroshenko, que convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança Nacional e Defesa do país.
O governo da Ucrânia afirmou que "tropas russas" assumiram o controle da cidade fronteiriça estratégica de Novoazovsk, 100 km ao sul do reduto separatista pró-Rússia de Donetsk.
"Ontem os soldados russos assumiram o controle da cidade de Novoazovsk", de 11 mil habitantes, a 100 quilômetros da fronteira russa, informou o Conselho Nacional de Segurança e de Defesa ucraniano no Twitter. Também assumiram o controle de várias localidades nos arredores.
Por causa da escalada violenta, a Ucrânia pediu nesta quinta-feira à União Europeia (UE) "ajuda militar de envergadura" ante a "invasão russa não dissimulada", afirmou o embaixador ucraniano na UE, Konstiantyn Eliseyev.
"Pedimos uma sessão extraordinária do Conselho Europeu em 30 de agosto sobre a Ucrânia. Basta de conivência e de apaziguamento do agressor. A solidariedade deve materializar-se com sanções significativas e com uma ajuda militar e técnica de envergadura", afirmou Eliseyev, segundo a página no Facebook da embaixada ucraniana na UE.