Ucrânia e Rússia buscam acordo sobre o gás no fim de semana
Moscou ameaça cortar o fornecimento de gás para seu vizinho a menos que o país pague sua dívida até 10 de junho
Ucrânia e Rússia vão retomar as conversas no fim de semana para tentar resolver a disputa sobre preços de gás, e o governo ucraniano está considerando pagar suas dívidas pelo abastecimento vindo da Rússia no ano passado, disse uma fonte em Kiev nesta sexta-feira.
Os dois lados mantiveram dois dias de negociações mais cedo nesta semana para tentar encerrar a disputa, que ameaça o fluxo de gás à Europa, mas não havia conversas marcadas para esta sexta-feira, de acordo com fontes em Moscou e Kiev.
“As conversas continuarão no sábado, domingo e segunda-feira. Esperamos ter uma decisão na terça-feira”, disse a fonte do governo ucraniano à Reuters, acrescentando que as autoridades em Kiev podem concordar em pagar as dívidas de 2013.
Os dois lados discordam sobre o quanto desse gás pertence à estatal ucraniana de energia Naftogaz. A Ucrânia disse que sua dívida para 2013 e 2014 até 1º de abril era de 2,2 bilhões de dólares. Foram pagos 786 milhões no último fim de semana.
Já a maior produtora de gás natural da Rússia, a Gazprom, diz que a Ucrânia deve a ela 4,46 bilhões de dólares em dívidas de gás. A companhia não quis comentar sobre as conversas, nesta sexta-feira.
A Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás para seu vizinho a menos que a Ucrânia pague a dívida até a próxima terça-feira. Isso ameaçaria os fluxos para a União Europeia, que obtém da Rússia um terço de suas necessidades de gás, e quase metade disso é enviada através da Ucrânia.
Kiev, que tem sofrido com problemas financeiros, quer que a Rússia volte a cobrar o preço de 268,5 dólares por 1.000 metros cúbicos que havia estipulado no trimestre de janeiro a março como concessão ao então presidente ucraniano Viktor Yanukovich, por conta de sua decisão de descartar os aprofundar os laços com a UE.
A Rússia aumentou o preço para 485 dólares em 1o de abril, após Yanukovich ter sido deposto por protestos e com a chegada de um governo pró-Ocidente em Kiev.