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Ucrânia e separatistas trocam centenas de prisioneiros

26 dez 2014 - 19h48
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Autoridades ucranianas e separatistas trocaram centenas de prisioneiros de guerra nesta sexta-feira, disse um porta-voz do presidente Petro Poroshenko. O fato é parte de um plano de 12 pontos para dar fim ao levante pró-Rússia no leste do país. 

Rebeldes pró-Rússia se preparam para troca de prisioneiros perto de Donetsk. 26/12/2014.
Rebeldes pró-Rússia se preparam para troca de prisioneiros perto de Donetsk. 26/12/2014.
Foto: Igor Tkachenko / Reuters

O acordo para trocar 150 militares ucranianos por 222 rebeldes seguiu negociações de paz entre enviados da Ucrânia, Rússia, separatistas e o órgão de inspeção de segurança da Europa, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na última quarta-feira. 

"O chefe da SBU (Serviço de segurança) reportou a soltura de 146 ucranianos ao presidente. O SBU espera que outros quatro presos sejam liberados amanhã. Eles poderão passar o Ano Novo com suas famílias", disse o porta-voz Svyatoslav Tsegolko em um post de Facebook.

Mais cedo, um assessor da SBU havia dito que seriam entregues 225 rebeldes em troca dos oficiais ucranianos. 

O levante dos separatistas começou um mês após a Rússia anexar a península da Crimeia, no Mar Negro, em março, depois da deposição popular do presidente ucraniano que era apoiado por Moscou. O conflito já matou mais de 4.700 pessoas. 

O governo pró-Ocidente de Kiev diz que a Rússia orquestrou a rebelião no leste da Ucrânia, uma acusação negada por Moscou. 

O protocolo de paz, acordado entre Kiev e os rebeldes em setembro, também inclui um acordo de cessar-fogo. A maior parte do plano não foi implementado devido a repetidas violações do cessar-fogo e por conta dos separatistas desafiarem Kiev ao promover eleições de liderança. 

Não se sabe quantos prisioneiros são mantidos pelos dois lados do conflito, mas o Exército ucraniano disse neste mês que cerca de 600 ucranianos são mantidos prisioneiros pelos rebeldes. 

Cerca de 1.300 pessoas foram mortas desde que o acordo de cessar-fogo foi acertado em setembro, de acordo com a ONU, mas os conflitos diminuíram significativamente em dezembro. 

Nesta sexta-feira, entretanto, o Exército disse que os rebeldes haviam aumentado levemente os ataques às posições ucranianas no leste, e reportaram que militares ucranianos haviam sido mortos nas últimas 24 horas. 

"Nos últimos dois dias, combatentes começaram a utilizar artilharia e lançadores de foguetes. Ataques foram intensificados de maneira leve", afirmou o porta-voz do Exército Andriy Lysenko à Reuters.

"Rebeldes estão utilizando o cessar-fogo para reagrupar suas forças", disse ele depois em pronunciamento televisionado.

Autoridades em Kiev disseram que poderiam haver mais negociações de paz entre a Ucrânia, a Rússia, os separatistas e a OSCE em Minsk na sexta-feira, mas o representante da OSCE Didier Burkhalter afirmou em comunicado que a reunião não ocorreu e expressou esperança de que um encontro possa ser agendado o mais rápido possível.

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