Os manifestantes ucranianos tomaram neste sábado o controle de Mezhigorie, a residência de campo do presidente Viktor Yanukovich, localizada a cerca de 20 quilômetros de Kiev, e permitiram que vários jornalistas entrassem no imóvel, informou o Canal 5 da televisão local. A guarda da residência, que vigia o acesso ao lado de vários ativistas, afirmou que o local, propriedade de um funcionário do gabinete presidencial, poderá ser livremente visitada pelo público.
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, deixou Kiev durante a noite para viajar até Kharkiv, no leste do país, onde se reunirá com os deputados das regiões pró-Rússia, informou neste sábado a agência UNN. Entretanto, o representante de Yanukovich na Rada Suprema (Legislativo), Yuri Miroshnichenko, garantiu que desconhece o paradeiro do chefe de Estado, que assinou ontem um acordo com a oposição para uma solução pacífica da crise no país.
Nas últimas horas, dezenas de deputados do Partido das Regiões (PR), que governa o país, abandonaram a legenda de Yanukovich e se mostraram dispostos a cooperar com a oposição para a criação de um governo de união nacional.
O partido de oposição Udar, liderado por Vitali Klitschko, anunciou neste sábado que apresentará no Parlamento uma resolução para exigir a renúncia de Yanukovich, o que permitiria a convocação de eleições presidenciais antecipadas.
"Atualmente, o único órgão legítimo de poder na Ucrânia é a Rada Suprema", proclamou Aleksander Turchinov, um dos dirigentes do principal partido opositor, o Batkivschina.
Já foi registrado na Rada um projeto de impugnação do presidente por iniciativa do deputado independente Nikolai Rudkovski, que abandonou o PR após a explosão dos primeiros distúrbios em novembro do ano passado.
Por outro lado, os grupos mais radicais dos protestos antigovernamentais exigem a renúncia imediata do presidente e advertem que a revolução nas ruas continuará até que o atual regime seja afastado do poder.
Os líderes do principal reduto dos protestos, a Praça da Independência, anunciaram que controlam toda a capital ucraniana e convocaram as forças de segurança a se juntar ao grupo de oposição. Segundo os manifestantes, uma unidade de autodefesa se encontra dentro do edifício do Parlamento, que realiza hoje uma sessão extraordinária.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, garantiu hoje durante uma entrevista coletiva em Varsóvia que o acordo na Ucrânia não contemplava garantias de segurança para Yanukovich.
Sikorski criticou os grupos radicais na Ucrânia que querem a saída de Yanukovich e ameaçam recorrer à luta armada contra as autoridades e pediu que a comunidade internacional deixe que os próprios ucranianos decidam sobre seu futuro.
Após o acordo alcançado na sexta-feira para acabar com a violência armada em Kiev, o Parlamento aprovou uma lei que permitirá a libertação da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que está presa e é a principal adversária de Yanukovich.
Além disso, destituiu de maneira fulminante o ministro do Interior, Vitaliy Zakharchenko, acusado pela oposição de ordenar em novembro a repressão violenta das manifestações pacíficas.
Ucrânia: confrontos entre polícia e manifestantes deixam dezenas de mortos
23 de fevereiro - Ucranianos transformaram ruas de Kiev em santuários improvisados; dezenas de pessoas foram mortas pela polícia, que usou atiradores de elite e metralhadoras Kalashnikov para conter os protestos
Foto: Carlo Allegri / Reuters
23 de fevereiro - Cerimônia em local de morte de manifestantes foi marcada pela emoção em Kiev no dia seguinte à destituição do presidente Viktor Yanukovich - decisão que devolveu um pouco de paz às ruas de Kiev
Foto: Reuters
23 de fevereiro - Ucranianos lamentam o alto número de mortos nos protestos que tomaram as ruas de Kiev. Com flores, eles homenagearam as vítimas de violentos confrontos
Foto: Reuters
22 de fevereiro - Ucranianos comemoram decisão do Parlamento, que acusou presidente de "abandono de funções constitucionais" e destituiu Viktor Yanukovich, convocando eleições presidenciais antecipadas para o dia 25 de maio
Foto: AFP
22 de fevereiro - Ativistas se reuniram nos arredores do Parlamento em Kiev para comemorar o anúncia, que chega no ápice de uma semana de intensos protestos no coração de Kiev. Leia mais -
Foto: AFP
22 de fevereiro - A ex-primeira-ministra ucraniana, Yulia Timoshenko, discursou na Praça da Independência após deixar a prisão e anunciou que será candidata nas eleições presidenciais de 25 de maio. Leia mais -
Foto: AFP
22 de fevereiro - Em gesto simbólico, uma fita preta foi colocada em uma bandeira que combina as bandeiras da Ucrânia e da União Europeia. A simbologia marca um dia de luto nas ruas de Kiev, depois de mais conflitos entre manifestantes e tropas do governo
Foto: Reuters
22 de fevereiro - Manifestantes fazem barricada em uma rua que leva a prédio do governo em Kiev. Em protesto contra o presidente, ucranianos afirmaram que detêm o controle do prédio, enquanto líderes da oposição pressionam por uma renúncia de Viktor Yanukovich
Foto: Reuters
21 de fevereiro - Manifestantes permanecem na Praça da Independência depois de confrontos com a polícia
Foto: Getty Images
21 de fevereiro - Manifestantes voltam a montar barricadas depois de confrontos com a polícia no dia 20
Foto: Getty Images
21 de fevereiro - Manifestante coloca um pneu em chamas em uma barricada, em Kiev
Foto: Getty Images
21 de fevereiro - O clima ainda é de tensão na capital Kiev
Foto: Getty Images
21 de fevereiro - Ucranianos se protegem atrás das barricadas
Foto: Reuters
21 de fevereiro - A violência explodiu novamente em Kiev enquanto políticos da oposição da Ucrânia participavam de uma reunião com o presidente russo Viktor Yanukovich
Foto: Reuters
21 de fevereiro - Manifestantes montam barricadas na Praça da Independência, em Kiev
Foto: Reuters
21 de fevereiro - Homem escala barricada montada por manifestantes
Foto: Reuters
21 de fevereiro - Manifestantes permaneciam da praça da Independência enquanto o presidente russo Viktor Yanukovich, membros da oposição e lideranças da União Europeia discutiam uma solução para a crise
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Ativistas oram diante corpos dos manifestantes mortos nos confrontos
Foto: AP
20 de fevereiro - Padres rezaram sob os corpos dos manifestantes mortos nos confrontos com a polícia nesta quinta-feira. Armas de fogo foram utilizadas no dia mais tenso dos últimos meses
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Manifestantes feridos estão sendo levados da Praça da Independência. Os corpos dos mortos na manhã desta quinta-feira foram encontrados na praça, principal palco dos protestos, e na recepção de um hotel
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Corpos de manifestantes podem ser vistos na Praça da Independência, em Kiev. Pelo menos 17 civis morreram na manhã desta quinta-feira. O presidente do país anunciou que "dezenas de policiais também estão mortos"
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Manifestantes feridos estão sendo levados da Praça da Independência. Os corpos dos mortos na manhã desta quinta-feira foram encontrados na praça, principal palco dos protestos, e na recepção de um hotel
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Corpos de manifestantes podem ser vistos na Praça da Independência, em Kiev. Pelo menos 21 civis morreram na manhã desta quinta-feira. O presidente do país anunciou que "dezenas de policiais também estão mortos"
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Manifestantes feridos estão sendo levados da Praça da Independência. Os corpos dos mortos na manhã desta quinta-feira foram encontrados na praça, principal palco dos protestos, e na recepção de um hotel
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Corpos de manifestantes podem ser vistos na Praça da Independência, em Kiev. Pelo menos 21 civis morreram na manhã desta quinta-feira. O presidente do país anunciou que "dezenas de policiais também estão mortos"
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Pelo menos 21 civis foram mortos na manhã desta quinta-feira
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Pelo menos 21 civis foram mortos na manhã desta quinta-feira
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Pelo menos 10 corpos foram deixados no Hotel Ukraine. Os confrontos no país tiveram seu dia mais violento na manhã desta quinta-feira
Foto: Twitter
20 de fevereiro - Corpos de manifestantes podem ser vistos na Praça da Independência, em Kiev. Pelo menos 21 civis morreram na manhã desta quinta-feira. O presidente do país anunciou que "dezenas de policiais também estão mortos", segundo informações da Reuters
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Armas de fogo foram utilizadas nos confrontos entre polícia e manifestantes contra o governo na manhã desta quinta-feira. Há pelo menos 21 mortos
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Armas de fogo foram utilizadas nos confrontos entre polícia e manifestantes contra o governo na manhã desta quinta-feira
Foto: Reuters
20 de fevereiro - O presidente ucraniano Viktor Yanovich disse que dezenas de policiais estão mortos depois dos conflitos na madrugada desta quinta-feira
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Padres rezaram sob os corpos dos manifestantes mortos nos confrontos com a polícia nesta quinta-feira. Armas de fogo foram utilizadas no dia mais tenso dos últimos meses
Foto: Reuters
20 de fevereiro - O presidente ucraniano Viktor Yanovich disse que dezenas de policiais estão mortos depois dos conflitos na madrugada desta quinta-feira
Foto: Reuters
20 de fevereiro - Manifestante mostra rosto um homem morto durante confrontos com a polícia nesta quinta-feira
Foto: AP
20 de fevereiro- Manifestante ferido é levado da Praça da Independência na manhã desta quinta-feira