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Ucrânia nega suspensão de "operação antiterrorista" no país

A chanceler alemã, Angela Merkel, demonstrou preocupação em relação à situação no leste ucraniano e disse a Vladimir Putin que espera que a Rússia respeite o acordo selado em Genebra

25 abr 2014 - 08h11
(atualizado às 08h13)
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<p>Militares russos dirigem veículos blindados nos arredores da cidade de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana, nesta sexta-feira</p>
Militares russos dirigem veículos blindados nos arredores da cidade de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana, nesta sexta-feira
Foto: Reuters

O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, negou nesta sexta-feira que a "operação antiterrorista" lançada pelo governo no sudeste do país tenha sido suspensa depois do anúncio da Rússia sobre o início dos exercícios militares junto à fronteira ucraniana.

"Não houve nenhuma suspensão da operação antiterrorista devido à ameaça de invasão militar da Rússia, como se apressaram em informar muitos veículos de imprensa. Isso não corresponde com a realidade", declarou Avakov através de uma mensagem no Facebook.

O ministro do Interior ressaltou que a "operação antiterrorista" continua e acrescentou: "Os terroristas terão que andar com cuidado 24 horas por dia, enquanto a população civil não tem nada que temer".

Avakov explicou que um dos princípios fundamentais da "operação antiterrorista", composta por agentes da polícia e das Forças Armadas, é "a redução dos riscos para a população civil".

De acordo com o ministro, esta circunstância influencia "os prazos e a eficácia" das ações das forças de segurança, mas se trata do princípio fundamental das autoridades da Ucrânia.

"Não lutamos com métodos de força contra a dissidência. A dureza e a força são apenas para os terroristas armados", completou.

Na última quinta-feira, cinco milicianos morreram em confrontos armados com tropas ucranianas na cidade de Slaviansk, bastião da sublevação pró-russa que explodiu há três semanas no sudeste da Ucrânia.

Pelo menos duas colunas de blindados com soldados de elite ucranianos avançaram sobre a cidade e destruíram três dos postos de controle levantados pelos milicianos pró-russos em todos os acessos da cidade.

Pouco tempo depois da confirmação dessas ações, o ministro de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou o início de manobras militares na fronteira com a Ucrânia e advertiu que "a maquinaria militar" desdobrada na cidade de Slaviansk deveria ser freada para evitar "uma grande quantidade de mortos e feridos".

"Somos obrigados a reagir perante o desenvolvimento da situação. A partir de hoje, iniciamos manobras de batalhões táticos (...) nas zonas fronteiriças com a Ucrânia", disse Shoigu.

<p>Merkel pediu a Putin, durante uma conversa pro telefone, que Moscou respeite o acordo feito em Genebra e que prevê o desarmamento de milícias ucranianas pró-Moscou</p>
Merkel pediu a Putin, durante uma conversa pro telefone, que Moscou respeite o acordo feito em Genebra e que prevê o desarmamento de milícias ucranianas pró-Moscou
Foto: AFP

Após o anúncio de Shoigu, o presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, exigiu que a Rússia recuasse suas tropas da fronteira com a Ucrânia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, em um telefonema nesta sexta-feira, que está gravemente preocupada a respeito do leste da Ucrânia e que espera que a Rússia honre o acordo fechado em Genebra e cobre o desarmamento de milícias ucranianas pró-Moscou, disse o porta-voz da líder da Alemanha.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse também a repórteres nesta sexta-feira que a Rússia ainda não fez nada para implementar sua parte do acordo.

"Quem acompanha os eventos de forma realista e clara deve concluir que o que aconteceu desde o acordo de Genebra, particularmente do lado russo ou do lado dos separatistas pró-Rússia, é absolutamente decepcionante. A Rússia teve a chance, e ainda tem a chance, de declarar seu apoio ao acordo de Genebra e usar sua influência considerável no leste da Ucrânia. Nada disso aconteceu."

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Com informações da EFE e da Reuters.

Fonte: Terra
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