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Ucrânia: Obama confia em trégua, mas pede que presidente garanta transição

20 fev 2014 - 04h26
(atualizado às 04h27)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta feira que confia que a trégua estipulada na Ucrânia será respeitada, mas assegurou que o regime do presidente Viktor Yanukovich deve garantir uma transição para um governo de unidade, "mesmo que seja temporário", para permitir a organização de eleições livres e abertas.

Em entrevista coletiva no final da cúpula da América do Norte, Obama disse que ele e o vice-presidente Joseph Biden conversaram com Yanukovich sobre a necessidade de que ele reconheça os "anseios do povo ucraniano e que trabalhe com isso, ao invés de tentar reprimi-lo".

"Nós estaremos de pé ao lado do povo", que quer direitos fundamentais como a liberdade de imprensa, de expressão e de reunião, afirmou o chefe da Casa Branca na cidade de Toluca, no centro do México, onde condenou a violência no país do leste europeu.

"Nossa meta é que o povo da Ucrânia possa decidir por si mesmo sobre o seu futuro" em eleições onde possam se expressar "sem o caos que vimos nas ruas e o derramamento de sangue que todos condenamos com firmeza", acrescentou.

"Esperamos que a trégua (estipulada por Yanukovich e a oposição) se mantenha", assinalou Obama. O chefe de Estado dos EUA também destacou que "o governo tem a responsabilidade de garantir uma transição para um governo de unidade, mesmo que temporário", para que se possam realizar "eleições livres e abertas".

Apesar de ter descartado que os protestos na Ucrânia e na Síria sejam contra a Rússia, admitiu a existência do descontentamento entre a população desses países pela relação dos mesmos com Moscou.

"Simplesmente é uma expressão das aspirações do povo desses países em torno das liberdades fundamentais, da participação de eleições livres e de não sofrer discriminação por sua religião", disse Obama.

O presidente russo, Vladimir Putin, tem uma perspectiva diferente sobre esses assuntos e em alguns momentos "tivemos fortes discordâncias", mas o enfoque dos EUA "não é ver isso como um xadrez mundial no qual estamos jogando contra a Rússia", afirmou.

"Isso é uma expressão de nossos valores e interesses nacionais", declarou Obama, que acredita que a Rússia reconhecerá que "no longo prazo" deverá se juntar à proteção dos valores mencionados.

A violência em Kiev, onde houve 26 mortos e dezenas de feridos de ambos os lados, começou na última terça-feira durante a marcha de milhares de manifestantes em direção à Rada Suprema (Parlamento), depois que entrou em vigor a anistia a todos os presos nos protestos dos últimos três meses.

EFE   
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