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Ucrânia: Parlamento destitui presidente e convoca eleições para maio

Viktor Yanukovich deixou Kiev após assinar acordo com a oposição e foi acusado de abandonar suas funções constitucionais; população comemorou

22 fev 2014 - 12h30
(atualizado às 16h52)
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Ucranianos comemoram decisão do Parlamento, que acusou presidente de "abandono de funções"
Ucranianos comemoram decisão do Parlamento, que acusou presidente de "abandono de funções"
Foto: AFP

A Rada Suprema (Parlamento ucraniano) destituiu hoje o presidente do país, Viktor Yanukovich, por "abandono de suas funções constitucionais", e convocou eleições presidenciais antecipadas para o dia 25 de maio. O anúncia chega no ápice de uma semana de intensos protestos no coração de Kiev, cerne do confronto entre os opositores pró-Europa e as força de segurança governistas pró-Rússia.

Mais cedo,  durante entrevista ao canal de televisão UBR, Yanukovich disse que os eventos recentes no país são um golpe de Estado e anunciou que não renunciará "Os eventos que o nosso país e todo o mundo viram são um exemplo de golpe de Estado. Tentam me amedrontar para que apresente voluntariamente minha renúncia. Mas não tenho intenção de renunciar", disse.

Yanukovich qualificou o que ocorre como "uma repetição do nazismo, quando nos anos 30 na Alemanha e Áustria os nazistas chegaram ao poder". "Adotamos duas leis sobre anistia, demos todos os passos que estabilizariam a situação política no país. Mas passou o que se passou", disse.

O líder ucraniano, que reconheceu ter deixado ontem à noite Kiev para ir para a cidade de Kharkiv, acrescentou que faz todo o possível "para que no país não haja um derramamento de sangue". "Me estão informando que existem pessoas que estão sendo perseguidas. Eu faço todo o possível para defender o povo, para que possa comparecer ao trabalhos e às escolas, e para deter o derramamento de sangue", afirmou.

<p>Ativistas se reuniram nos arredores do Parlamento em Kiev para comemorar novas eleições na Ucrânia</p>
Ativistas se reuniram nos arredores do Parlamento em Kiev para comemorar novas eleições na Ucrânia
Foto: AFP

O presidente ressaltou que não tem intenção de abandonar a Ucrânia e que não assinará nenhuma das decisões ilegais aprovadas nas últimas horas pela Rada Suprema (Parlamento), controlada agora pela oposição pois vários deputados do governante Partido das Regiões deixaram a legenda.

A Rada assumiu hoje a coordenação dos trabalhos do governo, nomeou um novo presidente da Câmara, designou um novo ministro do Interior interino e aprovou uma lei que permitirá a libertação da ex-primeira-ministra e líder opositora Yulia Tymoshenko.

Segundo números oficiais, pelo menos 80 pessoas morreram nesta semana nos violentos distúrbios que explodiram na capital ucraniana após três meses de protestos antigovernamentais.

EFE   
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