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Europa

Ucrânia: Rússia e Ocidente fecham acordo para discutir crise

6 mar 2014 - 00h27
(atualizado às 00h32)
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Rússia e as potências ocidentais chegaram a um acordo para prosseguir, nos próximos dias, com as discussões sobre a Ucrânia, ao final de um encontro entre os chefes da diplomacia de Moscou, Paris, Washington, Berlim, Londres e UE na capital francesa.

"Chegamos a um acordo para prosseguir com as discussões nos próximos dias a fim de ajudar a estabilizar, normalizar a situação e superar a crise", afirmou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, depois de uma reunião na chancelaria francesa.

Lavrov se reuniu no gabinete do chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, com o secretário de Estado americano John Kerry, e os ministros das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, e britânico William Hague, além da chefe da chanceler europeia Catherine Ashton.

Kerry confirmou que ficaram acertadas para os próximos dias "intensas discussões" sobre a crise ucraniana. "Iniciamos um processo hoje e esperamos que leve a uma desescalada" da crise.

O secretário de Estado tentou, sem sucesso, reunir em Paris o ministro Lavrov e seu homólogo ucraniano, Andrii Dechtchitsa, em mais um esforço para acalmar a situação, qualificada de uma das piores crises europeias desde a Guerra Fria.

Lavrov se negou a encontrar Dechtchitsa, apesar da pressão dos países ocidentais, disse à AFP o embaixador ucraniano em Paris. Moscou não reconhece as novas autoridades ucranianas.

Dechtchitsa, ministro interino das Relações Exteriores, chegou a Paris na noite de terça-feira a bordo do avião de Kerry, procedente de Kiev.

O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estimaram que a situação na Ucrânia é "inaceitável" e afirmaram que a Rússia já está pagando por sua intervenção.

"A Rússia já começou a pagar o preço por seus atos, como a redução da confiança dos investidores", assinalou a Casa Branca após uma conversa entre Obama e Cameron.

Nesta quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, e a chefe de governo alemã, Angela Merkel, discutiram uma "possível" cooperação internacional para "normalizar" a situação na Ucrânia, informou o Kremlin.

Putin e Merkel analisaram as "possibilidades de cooperação internacional visando a normalização política da situação na Ucrânia", destacou o Kremlin.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crise-na-ucrania/" data-cke-471-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crise-na-ucrania/">veja o infográfico</a>

Paralelamente, a Aliança Atlântica (Otan) decidiu nesta quarta reforçar a cooperação com a Ucrânia e analisar a redução da relação com a Rússia, indicou seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen.

"Estas medidas enviam uma clara mensagem à Rússia", que deve ajudar na desescalada do conflito na Ucrânia, afirmou Rasmussen ao término de uma reunião Otan-Rússia em Bruxelas.

O enviado especial da ONU, Robert Serry, decidiu cancelar nesta quarta sua missão na região ucraniana da Crimeia, controlada em parte por comandos armados pró-Rússia, onde faria um "balanço da situação".

O emissário estava "diante da sede das forças navais" em Simferopol quando foi ameaçado por homens armados não identificados, que ordenaram sua saída da Crimeia, revelou o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson.

"Espero que este incidente sirva para recordar ao mundo até que ponto é perigosa a situação na Crimeia", declarou Serry em Istambul.

O Conselho de Segurança da ONU decidiu realizar uma nova reunião sobre a Ucrânia nesta quinta-feira, a portas fechadas. As consultas entre os representantes dos 15 países membros começarão às 14H30 local (16H30 Brasília).

A Comissão Europeia apresentou nesta quarta um plano de ajuda de pelo menos 11 bilhões de euros para a Ucrânia, mergulhada na crise econômica.

"A Comissão Europeia identificou um programa de ajuda para a Ucrânia. Esta é nossa contribuição à reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo de quinta-feira. No total, o pacote pode chegar a pelo menos 11 bilhões de euros nos próximos dois anos, que sairiam do orçamento da União Europeia e das instituições financeiras europeias", declarou o presidente do Executivo comunitário, José Manuel Durão Barroso.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/" href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/">veja o infográfico</a>

Este programa, que inclui medidas de curto e médio prazo nas áreas comercial, econômica, técnica e financeira, poderá ser completado pelos Estados membros da UE, destacou Barroso.

A Comissão prevê 1,6 bilhão em empréstimos, 1,4 bilhão em doações, e três bilhões do Banco Europeu de Investimentos (BEI).

Também espera que o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) possa destinar cinco bilhões e libere 250 milhões do fundo para a política de vizinhança com o objetivo de levantar 3,5 bilhões de empréstimos.

Para coordenar os esforços de apoio da comunidade internacional, a Comissão propôs a criação de um "mecanismo especial de coordenação de doações" que a UE está disposta a gerenciar.

Na frente militar, as forças russas assumiram o controle parcial de duas bases de lançamento de mísseis na Crimeia nesta quarta-feira, informaram à AFP fontes oficiais ucranianas nesta república autônoma de língua russa.

Na primeira, situada em Evpatoria (oeste), o posto de comando e o centro de controle da base permanecem sob domínio ucraniano, disse um porta-voz do ministério da Defesa na Crimeia.

A instalação, de onde os mísseis já haviam sido retirados, foi invadida na terça-feira por 20 soldados russos, auxiliados por centenas de manifestantes pró-Moscou, afirmou a fonte ucraniana à AFP.

Na outra base, situada no cabo de Fiolent (sul), próxima ao porto de Sebastopol que abriga a frota do Mar Negro, as forças russas bloqueiam o prédio que abriga os mísseis, revelou à AFP um oficial ucraniano, Volodymir Bova. "Há mísseis, mas estão desarmados", completou Volodymir Bova.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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