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Ucrânia: separatistas anunciam vitória em referendo

Governo ucraniano acusa separatistas de farsa e União Europeia não reconhecerá o resultado da votação

12 mai 2014 - 05h13
(atualizado às 05h23)
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Os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia anunciaram, nesta segunda-feira, que cerca de 90% dos eleitores de um "referendo" por eles convocado - ilegal conforme a legislação do país e, portanto, não reconhecido pela comunidade internacional - votaram a favor da autonomia para as duas regiões onde houve consulta, Donetsk e Lugansk.

Pouco mais de duas horas depois do encerramento da votação em Donetsk, os separatistas anunciaram que 89% dos votantes se manifestaram a favor da autonomia, 10% foram contra e o comparecimento às urnas foi de 75%.

"Este pode ser considerado o resultado final", disse Roman Lyagin, líder da "comissão eleitoral" criada pelos separatistas para o referendo, aos jornalistas após o fim da contagem de votos. Na vizinha Lugansk, o resultado anunciado foi de 96% a favor da autonomia, com participação de 81% dos eleitores.

Não houve verificação independente dos resultados. Os rebeldes proibiram a imprensa internacional de acompanhar a contagem dos votos, e a votação ocorreu sem a presença de observadores internacionais e com um registro de eleitores que não impedia uma pessoa de votar mais de uma vez. Além disso, a consulta popular ocorre em meio a um clima de tensão na região, com rebeldes armados ocupando prédios da administração ucraniana em várias cidades.

Os insurgentes pró-russos que organizaram a consulta disseram que o status das regiões será discutido mais tarde e poderia incluir a possibilidade de secessão ou anexação pela Rússia. As duas regiões acolhem 6,5 milhões de habitantes de um universo de 46 milhões que compõe a população da Ucrânia.

Governo em Kiev fala em farsa

O presidente interino da Ucrânia, Olexandr Turtchinov, qualificou o "referendo" como uma "farsa de propaganda sem base legal" e que visa encobrir graves crimes. "A farsa que os terroristas separatistas chamam de referendo não é mais do que propaganda para encobrir assassinatos, raptos, violência e outros crimes graves", afirmou, diante do Parlamento ucraniano.

A União Europeia divulgou nota afirmando que a votação é ilegal e que o resultado não será reconhecido. O Ministério do Exterior do Reino Unido destacou que a eleição marcada para 25 de maio dará a todos os ucranianos a oportunidade de uma escolha democrática. Também o presidente da França, François Hollande, afirmou que a votação não tem nenhum valor.

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