UE impõe primeiras sanções à Rússia e promete ajuda à Ucrânia
A União Europeia vai suspender as negociações para liberar vistos e confirmou que os países do G8 não irão às reuniões preparatórias do encontro em Sochi
A União Europeia (UE) decidiu nesta quinta-feira suas primeiras medidas para abreviar a crise na Ucrânia por via dupla: impondo as primeiras sanções a Moscou com a suspensão das negociações para liberar vistos e garantindo a Kiev ajudas econômicas e um acordo político.
"Nos últimos dias vimos o desafio mais grave para a segurança em nosso continente desde a guerra dos Bálcãs", disse o presidente permanente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, antes de detalhar as medidas que a UE contempla para diminuir as tensões na Ucrânia e em sua península da Crimeia.
Os chefes de Estado e do governo da UE realizaram hoje em Bruxelas uma cúpula extraordinária dedicada a buscar uma solução pacífica para o conflito.
Como primeira medida, a UE decidiu suspender as negociações com a Rússia frente à liberação de vistos e as do novo acordo-marco das relações entre Bruxelas e Moscou, e confirmou que os países comunitários que pertencem ao G8 não irão às reuniões preparatórias na cidade russa de Sochi.
"Suspendemos as negociações bilaterais para a liberação de vistos com a Rússia e as do novo acordo de associação", anunciou Van Rompuy, que insistiu que para a UE "a solução só pode ser encontrada através da negociação entre a Ucrânia e a Rússia, através de potenciais mecanismos multilaterais que devem começar nos próximos dias e produzir resultados rápidos".
Rompuy acrescentou que "se não for assim, se passará a outras medidas como a proibição de viajar para a UE, o congelamento de ativos e inclusive o cancelamento da próxima cúpula entre a União Europeia e a Rússia".
Se não houver progressos, "haverá consequências para a relação bilateral entre a União e seus Estados-membros, e Rússia, em amplas áreas econômicas", acrescentou Van Rompuy, que reiterou que a "Rússia tem que diminuir o nível das tensões ou sofrerá as consequências".
A UE avaliou a importância de suas relações com Kiev e Moscou, e disse que está preparada para manter um diálogo "franco e aberto" com ambos, respeitando a integridade territorial e a soberania ucraniana. "Nossa prioridade é uma saída negociada e pacífica para essa crise", afirmou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Até o momento, a Rússia ignorou as pressões da UE e dos Estados Unidos - que hoje impuseram restrições de vistos aos envolvidos na intervenção militar russa na Crimeia - para solucionar o conflito.
"Qualquer passo a mais da Rússia para desestabilizar a situação na Ucrânia pode levar a consequências muito mais severas para suas relações com a UE e seus Estados-membros", advertiram os 28 membros da União.
Quanto à Ucrânia, acordaram que antes das eleições ucranianas de 25 de maio assinarão com o governo interino de Kiev os capítulos políticos do acordo de associação oferecido e que deu lugar em novembro passado ao início dos confrontos entre pró-União Europeia e pró-Rússia.
"Decidimos como assunto prioritário que assinaremos muito em breve os capítulos políticos" desse acordo, "antes das eleições ucranianas", afirmou também Van Rompuy, em referência a esse processo eleitoral.
Os líderes da UE sublinharam seu "firme" apoio ao governo do primeiro-ministro interino, Arseni Yatseniuk, que participou das discussões do Conselho Europeu.
Yatseniuk agradeceu pelo apoio dos europeus e insistiu em conseguir uma solução para a crise pela via política, apesar de assegurar que, se o território da Ucrânia "se vê invadido por forças estrangeiras, o governo e o exército ucranianos agirão".
A UE mostrou sua vontade de fornecer à Ucrânia a exportação de bens para o território europeu, fomentar o processo de liberalização de vistos de seus cidadãos e assistir o país no terreno da segurança energética por meio da diversificação da provisão. Em paralelo, flertando com a Moldávia e a Geórgia, se mostraram dispostos a assinar com esses países acordos de associação (já rubricados) antes do fim de agosto.
Os líderes europeus também respaldaram por unanimidade o pacote de ajudas financeiras à Ucrânia no valor de pelo menos 11 bilhões de euros proposto pela Comissão Europeia a cargo do orçamento comunitário e das instituições financeiras internacionais na União.
Advertiram também que o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Ucrânia será "crítico para desbloquear a assistência da UE", e pediram a Kiev que realize "urgentemente" reformas estruturais para lutar contra a corrupção e reforçar a transparência.
"É crucial que haja reformas vinculadas a essa assistência", disse Barroso.
Os líderes da UE também decidiram congelar e recuperar bens de pessoas responsáveis pelo desvio de fundos públicos do Estado ucraniano, relacionados com o governo do destituído presidente Viktor Yanukovich.
Presença de tropas russas gera ameaça de guerra
1 de março de 2014 - Homem ucraniano para em frente de tropa como forma de protesto pela 'invasão russa' ao país. Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de enviar novas tropas para Crimeia, uma região estratégica, que abriga uma grande base naval
Foto: AP
1 de março de 2014 - Civis observam militares uniformizados sem identificação que estão bloqueando base naval na Ucrânia
Foto: AFP
1 de março de 2014 - Religioso ortodoxo reza próximo aos militares uniformizados em cidade da Crimeia. O senado da Rússia autorizou a invasão de tropas russas à Ucrânia neste sábado, 1 de março
Foto: Reuters
1 de março de 2014 - Pessoas olham para homens não identificados em uniforme militar bloqueando uma base da unidade de guarda fronteira ucraniana em Balaclava
Foto: AFP
1 de março de 2014 - Tropas comuniformes sem identificação ficam de guarda em Balaclava, nos arredores de Sevastopol, Ucrânia. Um emblema em um dos veículos identifica-os como sendo pertencentes ao exército russo. Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de enviar novas tropas para Crimeia, uma região estratégica da Rússia que abriga uma grande base naval
Foto: AFP
1 de março de 2014 - Tropas comuniformes sem identificação ficam de guarda em Balaclava, nos arredores de Sevastopol, Ucrânia. Um emblema em um dos veículos identifica-os como sendo pertencentes ao exército russo. Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de enviar novas tropas para Crimeia, uma região estratégica da Rússia que abriga uma grande base naval
Foto: AFP
1 de março de 2014 - Tropas comuniformes sem identificação ficam de guarda em Balaclava, nos arredores de Sevastopol, Ucrânia. Um emblema em um dos veículos identifica-os como sendo pertencentes ao exército russo. Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de enviar novas tropas para Crimeia, uma região estratégica da Rússia que abriga uma grande base naval
Foto: AP
1 de março de 2014 - Homem uniformizado olha de cima de um veículo militar enquanto tropas tomam o controle dos escritórios da Guarda Costeira em Balaclava, periferia de Sevastopol, Ucrânia
Foto: AP
1 de março de 2014 - Tropas russas sem identificação ficam de guarda em Balaclava, nos arredores de Sevastopol, Ucrânia
Foto: Reuters
3 de março - Soldado ucraniano olha movimento perto de uma barreira na base de Sevastopol. Rússia deu ultimato à Ucrânia de retirada dos soldados
Foto: AFP
3 de março de 2014 - Helicóptero militar russo voa perto de Simferopol, Crimeia, nesta segunda-feira
Foto: Reuters
3 de março de 2014 - Homem armado, possível soldado russo, em porto da cidade de Kerch, na Crimeira
Foto: Reuters
3 de março de 2014 - Homens uniformizados seguram bandeira russa em base militar na vila de Perevalne, próximo a Simferopol. Cerca de mil homens armados se colocaram próximos à brigada naval da Ucrânia desde ontem. Tropas russas e aviões militares ultrapassaram as fronteiras estabelecidas na Crimeia nesta segunda-feira
Foto: AFP
3 de março de 2014 - Soldados ucranianos em uma brigada militar no porto de Sevastopol, perto de Balbek. Forças russas chegaram a dar um ultimato para a retirada dos soldados ucranianos da Crimeia, mas, depois, negaram o feito
Foto: AFP
3 de março de 2014 - Soldado pró-Rússia aponta arma para base naval ucraniana na vila de Novoozerne, que fica cerca de 90km da capital da Crimeia. Forças russas estão controlando uma região estratégica do país
Foto: AP
5 de março de 2014 - Soldados russos vigiam local onde estão ancorados dois navios da Ucrânia, em Sebastopol, na Crimeia
Foto: AP
7 de março de 2014 - Grupo de militares armados permanece próximo de un acesso à base militar localizada em Perevalnoye, arredores de Simferópol, na Crimeia. O presidente Barack Obama disse nesta quiinta-feira, 6, que o referendo sobre a incorporação da Crimeia à Rússia é inconstitucional e viola as regras internacionais
Foto: EFE
7 de março de 2014 - Grupo de militares armados permanece próximo de un acesso à base militar localizada em Perevalnoye, arredores de Simferópol, na Crimeia
Foto: EFE
7 de março de 2014 - Grupo de militares armados permanece próximo de un acesso à base militar localizada em Perevalnoye, arredores de Simferópol, na Crimeia
Foto: EFE
7 de março de 2014 - Dois soldados ucranianos observam enquanto um grupo de militares armados caminha próximo a um acesso à base militar localizada em Perevalnoye, nos arredores de Simferopol, na Crimeia
Foto: EFE
7 de março - Homens uniformizados, que acredita-se serem soldados russos, permanecem perto de uma base militar ucraniana em Perevalnoye, arredores de Simferopol, na Crimeia. A Ucrânia disse que aceita dialogar com a Rússia, mas exige que Moscou retire suas tropas do país
Foto: Reuters
7 de março - Homens uniformizados, que acredita-se serem soldados russos, permanecem perto de uma base militar ucraniana em Perevalnoye, arredores de Simferopol, na Crimeia
Foto: Reuters
7 de março - Homens uniformizados, que acredita-se serem soldados russos, permanecem perto de uma base militar ucraniana em Perevalnoye, arredores de Simferopol, na Crimeia
Foto: Reuters
11 de março - Soldado ucraniano caminhanas ruas da vila de Stavki, próxima à Crimeia, nesta terça-feira
Foto: Reuters
10 de março - Militares russos mancham em área de fronteira com uma base militar ucraniana em Perevalnoye, nesta segunda-feira
Foto: Reuters
11 de março - Homem armado, possivelmente russo, é visto do lado de fora de uma unidade militar da Ucrânia na vila de Perevalnoye nesta terça-feira
Foto: Reuters
11 de março - Homens armados, possivelmente russos, conversam próximo à base militar ucraniana em Perevalnoye, que fica próxima à Simferopol
Foto: Reuters
22 de março - Soldado ucraniano observa movimento através de uma janela quebrada em Novofedoricka. Cerca de 200 soldados pró-Moscou invadiram base da Ucrânia neste sábado
Foto: AFP
22 de março - Sebastopol: militantes pró-Moscou isolam área de base militar ucraniana em Belbek neste sábado
Foto: AFP
22 de março -Militante pro-Moscou joga bomba na direção de ucranianos neste sábado, na base de Novofedorivka, onde mais de 200 homens russos invadiram e expulsaram ucranianos neste sábado
Foto: AFP
22 de março - Homens armados, provavelmente russos, guardam base militar na cidade de Belbek, Crimeia, neste sábado
Foto: Reuters
22 de março -Homens armados, provavelmente russos, guardam base militar na cidade de Belbek, Crimeia, neste sábado
Foto: Reuters
22 de março - Civis são retirados de área da Ucrânia onde houve uma invasão de soldados pró-Moscou neste sábado
Foto: Reuters
22 de março - Homens armados da Ucrânia e da Rússia são vistos numa em base área militar na cidade de Belbek, próximo à Sebastopol
Foto: Reuters
22 de março - Soldados pró-russos escondem atrás de carro na base militar aérea de Sebastopol
Foto: AP
22 de março- Militantes tártaros e russos correm em área da base ucraniana invadida neste sábado. Cerca de 200 soldados armados tomaram controle do local e expulsaram os ucranianos