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Vaticano admite 2 casos de posse de pornografia infantil

A Igreja Católica tem sido atingida por escândalos de abuso sexual de crianças por padres nos últimos 15 anos

31 jan 2015 - 12h17
(atualizado às 12h32)
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<p>Papa Francisco tenta combater a pedofilia na Igreja Cat&oacute;lica</p>
Papa Francisco tenta combater a pedofilia na Igreja Católica
Foto: AFP

O Vaticano, que ainda luta contra os efeitos de um escândalo mundial de pedofilia na Igreja Católica, descobriu dois casos de posse de pornografia infantil entre seus muros em 2014, disse seu promotor público no sábado. Gian Piero Milano, cujo título oficial é Promotor de Justiça, relatou os casos num relatório de 50 páginas lido para autoridades do Vaticano na cerimônia que abre o ano jurídico.

A Igreja Católica tem sido atingida por escândalos de abuso sexual de crianças por padres nos últimos 15 anos. O papa Francisco prometeu tolerância zero para os infratores, mas as vítimas de abuso querem que ele faça mais e que os bispos que supostamente encobriram abusos paguem por isso.

Em seu relatório, Milano disse que a polícia do Vaticano investigou "dois casos delicados, de diferentes graus de gravidade, de posse de material de pornografia infantil" por pessoas que vivem ou trabalham dentro do Vaticano, a sede da igreja de 1,2 bilhão de membros.

O promotor não deu detalhes, mas um porta-voz do Vaticano disse que um dos casos envolvia o ex-arcebispo, Jozef Wesolowski, que foi preso em setembro, acusado de pagar para fazer sexo com crianças enquanto era embaixador papal na República Dominicana.

Francisco aprovou a prisão – a primeira dentro do Vaticano ligada a alegações de abuso sexual, a fim de enviar um sinal de que mesmo altos funcionários da igreja serão responsabilizados se cometerem abusos, disse o Vaticano na ocasião.

A imprensa italiana noticiou na época que pornografia infantil foi encontrada no seu computador. Atualmente ele está preso no Vaticano, à espera de julgamento. O porta-voz do Vaticano não deu detalhes sobre o outro caso.

O promotor também citou investigações de 2014 sobre desfalques envolvendo antigos administradores do banco do Vaticano, conhecido como Instituto para Obras de Religião.

Milano ainda mencionou no relatório o caso de um monsenhor polonês, condenado por desvio de fundos de uma basílica de Roma, onde trabalhou como contador. Houve três tentativas de entregar drogas ilegais no Vaticano vindas de países estrangeiros, pelo correio, em 2014, disse ele, sem dar detalhes. 

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