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Europa

Vaticano é acusado de acobertar abusos em igrejas na Itália

Associação revelou pelo menos 4 casos no país europeu

2 out 2018 - 16h12
(atualizado às 16h31)
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A Associação Internacional de Vítimas de Abusos de Eclesiáticos da rede Abuse (ECA) denunciou nesta terça-feira (2) que o Vaticano teria acobertado pelo menos quatro casos de abusos sexuais contra menores de idade na Itália, relatados na acusação do arcebispo italiano Carlo Maria Viganò. De acordo com a denúncia, os casos teriam passado "pelas mãos do Vaticano", que não os tratou com a devida "tolerância zero prometida, mas com grande negligência".

O novo escândalo foi revelado por Francesco Zanardi, fundador da rede "Abuse", durante coletiva de imprensa. "Há quatro casos Viganò na Itália", disse.

Os episódios teriam ocorrido com menores no pré-seminário São Pio X, na Santa Sé, que abriga coroinhas e possíveis seminaristas, no Instituto Provolo de Verona, além da diocese de Milão, onde o padre Mauro Galli é investigado, e na diocese de Nápoles, tendo como alvo o pároco Silverio Mura.

Papa Francisco se reúne com membros da Associação Nacional da Polícia de Estado da Itália, no Vaticano
Papa Francisco se reúne com membros da Associação Nacional da Polícia de Estado da Itália, no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa

Segundo Zanardi, o primeiro caso de pedofilia "foi escondido duas vezes pelo Vaticano e atualmente o suposto agressor, nunca sancionado, é um sacerdote em Como. No início deste ano ele recebeu as inscrições para os exercícios espirituais". "Um caso cujas investigações começaram com o Papa Francisco, que pretende resolver os problemas do mundo e não conseguiu resolver o problema dentro de seu Estado", afirmou.

Já o segundo, em Verona, teria ocorrido em 2014. Na ocasião, uma delegação de ex-alunos surdos se reuniu com o Pontífice e entregou-lhe uma carta com os nomes de 25 padres suspeitos de abuso sexual, incluindo Nicola Corradi, que atualmente está detido na Argentina.

"Ele não foi preso pelo Vaticano ou a pedido do Papa com base neste relatório, mas foi a Justiça argentina que o prendeu", acrescentou Zanardi. Na terceira denúncia, sobre Galli, o fundador da "Abuse" ressalta que o padre foi condenado há apenas duas semanas a seis anos e quatro meses. No entanto, o caso já havia sido relatado "várias vezes para o Vaticano e o Papa, tanto que há cartas da Congregação para a Doutrina da Fé certificando que o Vaticano estava ciente".

No último caso, do padre Mura, a vítima denunciou o religioso há cerca de oito anos e, recentemente, chegou a se encontrar com Jorge Mario Bergoglio. Os abusos teriam ocorridos em Nápoles.

"Encontramos este padre em fevereiro deste ano em uma pequena cidade, chamada Pavese, sob um nome falso. A Igreja o mandou para lá e, agora que foi descoberto, ele desapareceu novamente", concluiu Zanardi. Em agosto passado, Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, divulgou um dossiê no qual afirma que o Papa Francisco ignorou as denúncias de pedofilia contra o ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, que só foi afastado do colégio cardinalício em julho deste ano, após também ter sido envolvido em um caso de abuso ocorrido na década de 1970. O Pontífice, por sua vez, se recusa a comentar as denúncias.

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