Europeus querem furar sanções de Trump ao Irã
Ministros de Reino Unido, França e Alemanha enviaram carta ao secretário de Estado americano
Grã-Bretanha, França e Alemanha se uniram para pedir aos Estados Unidos que isentem empresas europeias de quaisquer sanções impostas sobre negócios com o Irã. Ministros dos três países enviaram uma carta, divulgada nesta quarta-feira (6), ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo. O documento foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, e os ministros das Finanças francês e alemão, Bruno Le Maire e Olaf Scholz. O grupo de países faz parte do acordo nuclear com o Irã, assinado em 2015, e afirma lamentar "fortemente" a decisão do presidente Donald Trump de retirar os EUA da negociação.
Trump justificou sua decisão argumentando que o acordo estabelecia regras fracas para o controle do programa nuclear iraniano e afirmou que vai impor sanções a qualquer empresa que faça negócios com Teerã. Na carta, as autoridades europeias disseram esperar que "os efeitos extraterritoriais das sanções secundárias dos EUA não sejam impostas a entidades e indivíduos da União Europeia (UE)" e que Washington conceda isenções para as empresas que têm mantido negócios com o Irã. Além disso, as três nações ressaltam querer que sua decisão política de manter o acordo seja repeitada, assim como os operadores econômicos dentro do território legal do bloco.
Outro ponto defendido pelos ministros é de que Teerã não seja retirada do sistema SWIFT de transferências monetárias internacionais. Os europeus ressaltam seu apoio à manutenção da negociação, argumentando que é o "melhor meio" para impedir que o Irã se torne uma potência nuclear. "Parece não haver alternativas confiáveis neste momento", disseram as autoridades, alertando que o fim do acordo iria "desestabilizar ainda mais um região onde conflitos seriam desastrosos".
A divulgação da carta ocorreu um dia após a declaração do Irã de que está se preparando para retomar o enriquecimento de urânio dentro dos limites do pacto. A afirmação pareceu demonstrar principalmente que o país pode retomar o enriquecimento em escala industrial se a negociação for anulada. / AP