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Ex-jogador de extrema direita é eleito presidente da Geórgia

Atual dona do cargo acusou governo de 'zombar da democracia'

14 dez 2024 - 12h31
(atualizado às 14h08)
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O ex-jogador de extrema direita Mikheil Kavelashvili foi eleito neste sábado (14) como novo presidente da Geórgia, resultado que deve aprofundar a crise política no país, palco de uma onda de manifestações europeístas contra o governo do premiê pró-Rússia Irakli Kobakhidze.

    Kavelashvili, 53 anos, foi escolhido por um colégio eleitoral controlado pelo partido Sonho Georgiano, de Kobakhidze, e boicotado pela oposição. Ele recebeu 224 votos a favor e será presidente por um mandato de cinco anos.

    Durante a votação no Parlamento, manifestantes ignoraram o frio e se reuniram do lado de fora com bolas de futebol e diplomas universitários para ironizar a falta de formação de Kavelashvili. "Nosso presidente não pode não ter um diploma, ele é a imagem de nosso país", disse a jornalista Tinatin Matcharashvili.

    Conhecido por sua defesa veemente do governo Kobakhidze, o ex-jogador do Manchester City era candidato único, uma vez que a oposição se recusou a tomar lugar no Parlamento após as controversas eleições legislativas de outubro passado, marcadas por acusações de fraude.

    No mês seguinte, o governo suspendeu até 2028 as negociações para a adesão à União Europeia, agravando a crise política na república caucasiana.

    Kavelashvili é acusado de ser um "fantoche" do bilionário ex-premiê Bidzina Ivanishvili, que fez fortuna na Rússia e fundou o Sonho Georgiano. O partido comanda a Geórgia desde 2012, e a oposição diz que Ivanishvili governa o país nos bastidores.

    "Há um ano a Geórgia recebia o status de candidato [a entrar na UE]. Hoje um comitê central similar a um parlamento elege um candidato único, zombando da democracia. Isso não impedirá a Geórgia de prosseguir em seu percurso europeu", escreveu no X a atual presidente do país, Salome Zurabishvili, pró-Ocidente.

    "Geórgia, Moldávia, Romênia: a Rússia está usando interferências eleitorais e instrumentos híbridos para tentar tirar esses países do percurso democrático. É uma guerra contra a Europa", acrescentou. .

Ansa - Brasil
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