Ex-presidente da Coreia, Yoon Suk-yeol, nega golpe em julgamento sobre lei marcial
Se condenado pelas acusações, Yoon poderá enfrentar prisão perpétua ou até mesmo pena de morte
O ex-presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol negou as acusações de tentativa de insurreição nesta segunda-feira, 14, durante o primeiro dia de julgamento pela declaração fracassada da lei marcial no final do ano passado.
A promotoria acusa Yoon de "planejar incitar uma revolta com a intenção de subverter a ordem constitucional".
Suk-yeol foi formalmente destituído do cargo em 4 de abril, após ser suspenso pelo Parlamento por tentar subverter o governo civil no último dia 3 de dezembro. Chamada de "golpe fracassado" pela oposição, a instituição da lei marcial durou poucas horas, sendo revogada no mesmo dia.
Entre as evidências apresentadas estão os planos de Yoon de declarar lei marcial e o envio de militares ao Parlamento com ordens de quebrar janelas e cortar a energia.
"Chamar um evento que durou apenas algumas horas, não foi violento e que imediatamente aceitou o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição me parece legalmente infundado", declarou o ex-presidente ao tribunal.
Yoon, que é um ex-promotor, pediu que a apresentação da promotoria fosse exibida em um monitor e começou a refutar a declaração inicial ponto por ponto.
O tribunal deve ouvir nos próximos dias os depoimentos de dois oficiais militares convocados pelos promotores, incluindo um que afirma ter sido instruído pelo alto comando para "exortar os legisladores que estavam reunidos na Assembleia Nacional a suspender a lei marcial".
Em janeiro, ele se tornou o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso, embora tenha sido posteriormente libertado. Se condenado pelas acusações de insurreição, Yoon poderá enfrentar prisão perpétua ou até mesmo pena de morte. No entanto, a Coreia do Sul mantém uma moratória não oficial sobre execuções desde 1997. /AFP
