Ex-promessa do Vale do Silício é condenada por fraude
Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, foi considerada culpada de conspiração para fraudar investidores
A fundadora da empresa americana de biotecnologia Theranos, Elizabeth Holmes, foi considerada culpada de quatro das 11 acusações contra ela em um tribunal da Califórnia na última segunda-feira (4). Após mais de 50 horas de julgamento, o júri, formado por oito homens e quatro mulheres, concluiu que Holmes foi culpada de enganar investidores para que colocassem dinheiro em sua startup, com sede no Vale do Silício, prometendo revolucionar a indústria de laboratórios de análises clínicas.
Com isso, ela foi considerada culpada de três acusações de fraude eletrônica e uma de conspiração para fraudar investidores". A executiva, de 37 anos, não foi detida e não há data exata para o anúncio da sentença, que poderia ser de 20 anos para cada uma das quatro acusações pelas quais ela foi considerada culpada.
Além disso, Holmes pode ser obrigada a pagar uma multa de US$ 250 mil (o equivalente a pouco mais de R$ 1,4 milhão) mais restituição para cada acusação de fraude eletrônica e cada contagem de conspiração. O júri ainda a considerou inocente de outras quatro acusações, relacionadas a fraude pública, e não conseguiu chegar a um veredicto unânime sobre os três restantes.
A ex-promessa do Vale do Silício fundou a Theranos aos 19 anos e garantia que a empresa seria revolucionária. Holmes dizia ter desenvolvido uma máquina para realizar uma série de exames médicos com apenas algumas gotas de sangue retiradas de uma picada no dedo do paciente.
A mulher chegou, inclusive, a ser considerada a próxima personalidade do mundo da tecnologia. Mas tudo não passava de uma farsa. A fraude veio à tona depois que o jornal americano 'The Wall Street Journal' descobriu que os dispositivos não eram tão eficazes quanto Holmes alegava e chamaram a atenção das autoridades americanas, que abriram uma investigação.
Holmes, que, segundo seus advogados, é responsável apenas por erros inocentes causados por inexperiência e pouca idade, teria arrecadado dinheiro de forma fraudulenta, totalizando US$945 milhões de investidores de alto perfil, incluindo personalidades de calibre de Rupert Murdoch e membros da família da ex-ministra da Educação Betsy DeVos e dos fundadores do Walmart.