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Ex-promotor da 'Mãos Limpas' defende prisão de Lula

Di Pietro afirmou que ex-presidente não sofre processo político

18 abr 2018 - 14h35
(atualizado às 16h05)
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O ex-promotor italiano Antonio Di Pietro, um dos líderes da Operação Mãos Limpas, saiu em defesa da Lava Jato e afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é alvo de um "processo político".

Ex-promotor da 'Mãos Limpas' defende prisão de Lula
Ex-promotor da 'Mãos Limpas' defende prisão de Lula
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em entrevista ao jornal "Il Fatto Quotidiano", próximo ao partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Di Pietro disse que, assim como na Itália, não há "nenhuma forçação jurídica" na ação dos promotores brasileiros.

Tal qual a Mãos Limpas, a Lava Jato é acusada por críticos de exagerar nas prisões preventivas para conseguir delações premiadas contra figuras de relevo.

"Estou convencido de que é possível comparar as duas experiências e de que ambos os inquéritos foram conduzidos de modo exemplar, no respeito da lei e das garantias dos investigados", afirmou o ex-promotor.

"Os ataques que nós sofremos, em 1992 e 1993, quando nos criticavam dizendo que estávamos fazendo uma operação política, agora atingem os magistrados brasileiros, acusados por uma espécie de 'golpe contra a democracia'", acrescentou.

Na visão de Di Pietro, de quem o juiz Sérgio Moro é admirador declarado, a Justiça do Brasil está "apenas fazendo seu dever".

"Descobriram uma corrupção sistêmica muito disseminada, assim como a Mãos Limpas descobriu na Itália. Lula não sofreu um processo político", disse.

A Mãos Limpas investigou 4,5 mil pessoas, indiciou 3,2 mil e obteve cerca de 1,3 mil condenações, redefinindo o mapa político da Itália e causando a extinção da Democracia Cristã e do Partido Socialista Italiano, que governavam o país desde o fim da Segunda Guerra.

Di Pietro, hoje com 67 anos, se aposentou como promotor em 1994 e depois tentou a sorte na política.

Ao longo de 15 anos, exerceu os cargos de eurodeputado, deputado, senador, ministro do Trabalho e ministro dos Transportes - estes dois últimos no governo de centro-esquerda de Romano Prodi.

Ele também fundou o partido Itália dos Valores (IdV), o qual deixaria em 2013. No entanto, hoje está afastado da vida pública.

Ansa - Brasil
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