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Exame confirma envenenamento de opositor russo

Exames em amostras de sangue confirmaram resultados da Alemanha

6 out 2020 - 12h26
(atualizado às 12h30)
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A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) confirmou nesta terça-feira (6) que encontrou uma substância química similar ao grupo novichock nas amostras de sangue do opositor russo Alexei Navalny.

Navalny passou cerca de um mês internado em hospital de Berlim
Navalny passou cerca de um mês internado em hospital de Berlim
Foto: EPA / Ansa

O documento, enviado ao governo da Alemanha, cita especificamente que foram encontrados "inibidores da colinesterase proibidos" no organismo do russo, similares a dois componentes do novichock que foram proibidos pela própria Opaq em 2019.

A Organização, assim, comprova os resultados dos exames realizados por um laboratório militar alemão e divulgados publicamente em 2 de setembro. Conforme Berlim, as amostras também foram enviadas para laboratórios na França e na Suécia, que detectaram a presença da substância química.

Novichock é o nome dado a um grupo de agentes químicos desenvolvidos ainda na época da União Soviética, entre as décadas de 1970 e 1980. As substâncias têm várias formas e vertentes, podendo ser usadas de maneira líquida - a mais comum - ou sólida, normalmente transformada em pó.

Por conta disso, a potência do veneno pode variar de alguns segundos a algumas horas. Diversos casos recentes do uso dessas substâncias foram registrados, como no caso do ex-espião russo Sergei Skripal, em 2018.

Navalny passou mal assim que um voo que o levava da cidade de Tomsk, na Sibéria, até Moscou foi iniciado em 20 de agosto. Por conta do estado de saúde do advogado, os pilotos fizeram um pouso de emergência ainda na Sibéria, em Omsk, para onde ele foi levado para a unidade de terapia intensiva do hospital de emergências local.

Cerca de dois dias depois, com a situação mais estabilizada, o opositor foi transferido para o hospital Charitè, em Berlim, na Alemanha. Navalny recebeu alta no dia 23 de setembro e segue em tratamento médico em território alemão.

Os médicos de Omsk, em um primeiro momento, confirmaram que o opositor havia sido envenenado. No entanto, no dia seguinte à internação, eles voltaram atrás e disseram que não acharam nenhuma substância química no corpo de Navalny - apenas um produto químico usado em plásticos nas unhas e nas roupas do político.

Até aquele momento, acreditava-se que o russo havia sido envenenado em um café no aeroporto de Tomsk. No entanto, recentemente, o Fundo Anticorrupção, grupo liderado pelo opositor, informou que foram encontrados "vestígios" de substâncias químicas do grupo novichock em um das garrafas de água encontradas no quarto do hotel onde ele se hospedou.

O governo russo primeiro usou a tática de dizer que não acreditava no envenenamento porque nenhuma substância química havia sido encontrada nos exames em Omsk. Depois, o próprio presidente do país, Vladimir Putin, acusou Navalny de ter se envenenado propositalmente.

Até o momento, porém, os russos não abriram uma investigação formal sobre o caso, apenas análises preliminares. .

Ansa - Brasil
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