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EXCLUSIVO-Chanceler do Irã acredita que Trump não quer guerra, mas pode ser instigado a entrar em uma

25 abr 2019 - 11h34
(atualizado às 11h52)
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, não acredita que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, queira uma guerra com seu país, mas disse à Reuters na quarta-feira que Trump pode ser instigado a entrar em um conflito.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante entrevista à Reuters em Nova York
24/04/2019
REUTERS/Carlo Allegri
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante entrevista à Reuters em Nova York 24/04/2019 REUTERS/Carlo Allegri
Foto: Reuters

"Não acho que ele queira guerra", disse Zarif em uma entrevista concedida na missão iraniana na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. "Mas isso não exclui ele ser basicamente instigado a entrar em uma".

A Casa Branca não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre as declarações de Zarif.

O chanceler disse que um chamado "time B", que inclui o conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, um opositor ardente do Irã, e o primeiro-ministro conservador israelense, Benjamin Netanyahu, poderia instigar Trump a entrar em conflito com Teerã.

"Aqueles que conceberam as políticas que estão sendo desenvolvidas não querem simplesmente uma solução negociada. Mas me permitam deixar claro que o Irã não está buscando o confronto, mas não se esquivará de defender-se".

Em comentários um tanto enigmáticos, Zarif também alertou para a possibilidade de pessoas tentarem "tramar um acidente" que poderia desencadear uma crise maior.

As tensões entre Teerã e Washington estão crescendo desde o ano passado, quando o governo Trump se retirou de um acordo nuclear internacional de 2015 com o Irã e começou a intensificar sanções. Mais cedo neste mês, os EUA classificaram a Guarda Revolucionária do Irã como organização terrorista e exigiram que os compradores de petróleo iraniano parem de adquiri-lo até maio, ou enfrentarão sanções.

A classificação de grupo terrorista para a Guarda Revolucionária, a organização de segurança mais poderosa do Irã e que tem grande influência na economia, marcou a primeira ocasião em que qualquer país rotulou os militares de outro país como uma organização terrorista.

Zarif disse que o Irã agirá com "prudência" em resposta ao que vê como políticas perigosas dos EUA. Como exemplo, disse que seu país ainda permitirá que navios de guerra norte-americanos passem pelo Estreito de Hormuz, a rota petrolífera mais importante do mundo.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, e alguns comandantes militares de alta patente ameaçaram deter as remessas de petróleo de países do Golfo Pérsico se Washington tentar estrangular as exportações de petróleo de Teerã.

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