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Executivo da Nike revela ter matado adolescente em 1965

Larry Miller, agora com 72 anos, disse que fazia parte de uma gangue de adolescentes na Filadélfia quando atirou em outro jovem por vingança

16 out 2021 - 12h00
(atualizado às 14h51)
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Larry Miller cumpriu pena de prisão pelo assassinato em 1965
Larry Miller cumpriu pena de prisão pelo assassinato em 1965
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um executivo de longa data da Nike nos Estados Unidos revelou que atirou e matou um adolescente nas ruas da Filadélfia há 56 anos.

Larry Miller, presidente da Jordan Brand (marca do ex-jogador de basquete Michael Jordan), falou sobre o assassinato ocorrido em 1965 em uma entrevista para a revista Sports Illustrated.

"Isso estava me consumindo por dentro", disse ele sobre suas ações aos 16 anos, quando era "membro de uma gangue de adolescente". 

Miller cumpriu pena de prisão pelo assassinato. Ele diz que não mentiu sobre isso, mas manteve o fato em segredo por muito tempo. A admissão ocorre antes do lançamento de suas memórias, previstas para o próximo ano.

Miller disse que se juntou à gangue da Cedar Avenue, no oeste da Filadélfia, aos 13 anos, mudando seu perfil de "estudante nota dez" para uma pessoa que bebia todos os dias. Quando um amigo foi morto por um membro de uma gangue rival, Miller, então com apenas 16 anos, disse que pegou uma pistola .38, ficou bêbado com três amigos e saiu em busca de vingança.

Em 30 de setembro de 1965, ele atirou no peito da primeira pessoa que encontrou: Edward White, de 18 anos."Isso é o que torna as coisas ainda mais difíceis para mim, porque não foi por nenhuma razão", disse ele.

A Nike diz que apoia Larry Miller e que ele inspira pessoas que querem ter uma uma segunda chance
A Nike diz que apoia Larry Miller e que ele inspira pessoas que querem ter uma uma segunda chance
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Miller descreveu a decisão de confessar seu passado - que há muito tempo escondia de seus filhos, amigos e colegas de trabalho mais próximos - como "realmente difícil".

"Por anos eu fugi disso", disse ele à Sports Illustrated. "Tentei esconder e esperava que as pessoas não descobrissem."

Miller está na Nike desde 1997 e gerencia as operações da área ligada ao basquete, como marca de Michael Jordan e a Converse.

Ele também já foi executivo da Kraft Foods e da Campbell Soups, e ex-presidente do time profissional de basquete Portland Trail Blazers. Ele diz que nunca mentiu sobre seu tempo na prisão em pedidos de emprego.

Antes da entrevista, Miller teria informado membros de seu círculo íntimo, incluindo a lenda do basquete Michael Jordan e o comissário da NBA Adam Silver, sobre o episódio.

Seu próximo livro, escrito em colaboração com sua filha mais velha, irá detalhar o incidente, bem como suas múltiplas passagens por detenções juvenis e prisões por uma variedade de crimes.

Em comunicado, a Nike disse à BBC News que a vida de Miller foi "uma incrível história de segundas chances".

"Estamos orgulhosos de Larry Miller e da esperança e inspiração que sua história pode oferecer", disse a empresa, acrescentando que apoia políticas que ajudam ex-prisioneiros a "abrir novas portas de oportunidade e seguir em frente com suas vidas".

Miller diz que espera que sua história possa ajudar a afastar jovens em situação de risco de uma vida de violência e inspirar pessoas que estão presas a saber que "elas ainda podem contribuir para a sociedade."

"O erro de uma pessoa, ou o pior erro que ela cometeu em sua vida, não deve controlar o que acontece com o resto de sua vida", disse ele.

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