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Exigências israelenses de tropas em Gaza bloqueiam acordo para trégua, dizem fontes

22 ago 2024 - 13h06
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Divergências sobre a futura presença militar de Israel em Gaza e sobre a libertação de prisioneiros palestinos estão obstruindo um acordo de cessar-fogo e de reféns, segundo dez fontes com conhecimento sobre a rodada de negociações mediada pelos Estados Unidos concluída na semana passada.

As fontes, que incluem duas autoridades do Hamas e três diplomatas ocidentais, disseram à Reuters que os desacordos decorrem das exigências feitas por Israel desde que o Hamas aceitou uma versão da proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em maio.

Todas as fontes disseram que o Hamas estava especialmente preocupado com a última exigência de manter tropas posicionadas ao longo do Corredor de Netzarim, uma faixa leste-oeste que Israel liberou durante a atual guerra e que impede a livre circulação dos palestinos entre o norte e o sul de Gaza, e também em uma estreita faixa de fronteira entre Gaza e o Egito, conhecida como Corredor de Philadelphi.

As fontes pediram para não serem identificadas para falar livremente sobre assuntos delicados.

O atual domínio de Israel sobre o Corredor de Philadelphi lhe proporciona o controle da fronteira de Gaza com o Egito, a única passagem do enclave que não faz fronteira com Israel.

O Hamas considera que Israel está modificando suas condições e parâmetros "de última hora" e teme que quaisquer concessões que faça sejam seguidas por mais exigências, disse uma das fontes, próxima às negociações, à Reuters.

O gabinete de imprensa do grupo militante palestino não respondeu aos pedidos de comentários para esta reportagem. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não respondeu às perguntas sobre as negociações.

Em um comunicado à imprensa no último domingo, o Hamas disse que a proposta resultante das negociações da semana passada estava próxima demais das posições recentes de Netanyahu, estabelecendo novas condições. Pediu que os mediadores se atenham à implementação de uma versão dos parâmetros de julho, em vez de iniciar novas negociações.

Em um comunicado anterior às negociações da semana passada, o gabinete de Netanyahu negou ter feito novas exigências e disse que sua posição se baseava na proposta anterior.

No comunicado, o gabinete afirmou que a proposta de maio de Israel declarava que somente civis desarmados teriam permissão para retornar à parte norte de Gaza, cruzando o Corredor de Netzarim.

O gabinete disse que a nova proposta de Israel, apresentada pela primeira vez em uma reunião de mediadores em Roma em 27 de julho, era de que um mecanismo acordado deveria ser estabelecido para garantir isso, implicando, mas não mencionando especificamente, uma presença militar israelense em Netzarim para impedir o movimento dos combatentes do Hamas.

De acordo com uma segunda fonte próxima às negociações, Israel propôs que um acordo para o retorno de não combatentes à metade norte de Gaza fosse acordado "em uma data posterior".

Isso foi visto por alguns dos mediadores e pelo Hamas como um recuo de Israel em relação a um compromisso anterior de se retirar do corredor de Netzarim e permitir a livre circulação dentro de Gaza, disse a fonte.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, concluiu uma viagem turbulenta à região na terça-feira, em que tentou buscar um avanço. Depois de se reunir com Netanyahu, Blinken disse que Israel havia aceitado uma nova proposta dos EUA com o objetivo de reduzir as diferenças entre as últimas posições de Israel e do Hamas. Ele pediu ao Hamas que faça o mesmo.

"Quando isso acontecer, também teremos que concluir os acordos detalhados de implementação que acompanham a entrada em vigor do cessar-fogo", disse, em uma coletiva de imprensa na terça-feira.

As partes não divulgaram o que Blinken chamou de proposta de transição, e a Reuters não viu uma cópia.

Um diplomata ocidental, descrevendo as últimas exigências de Israel nas negociações lideradas pelos EUA, disse que parecia que os Estados Unidos haviam aceitado as mudanças propostas por Netanyahu, inclusive sobre a continuidade do destacamento militar israelense nos dois corredores.

Uma autoridade dos EUA contestou essa sugestão, dizendo que as negociações sobre a "implementação" teriam como objetivo resolver as divergências sobre os corredores de Philadelphi e Netzarim, o número de prisioneiros palestinos e quem libertar, entre outros tópicos.

Blinken também rejeitou qualquer sugestão de que tropas israelenses ocupariam Gaza por um longo período, dizendo na coletiva de imprensa que o cronograma e a localização das retiradas militares israelenses estavam bem claros no acordo.

A próxima rodada de negociações deve ser realizada no Cairo nos próximos dias, em torno da proposta de transição dos EUA.

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