Extrema direita protesta contra ciganos em Roma
Motivo foi a chegada de 60 nômades a um campo de acolhimento
Grupos de extrema direita protestaram nesta terça-feira (2) contra a chegada de famílias ciganas em um campo de acolhimento em Torre Maura, bairro situado na periferia de Roma.
Além dos insultos racistas, os manifestantes queimaram o carro de um agente humanitário, montaram barricadas para impedir a chegada dos nômades e destruíram os lanches que seriam distribuídos no centro de acolhimento.
O grupo de ciganos era formado por cerca de 60 pessoas, incluindo 33 crianças e 22 mulheres, três delas grávidas. Elas estavam hospedadas em um campo de acolhimento situado a três quilômetros de distância, e sua transferência foi determinada pela Prefeitura de Roma, já que o terreno será reocupado pelo proprietário.
A manifestação foi comandada por militantes dos grupos neofascistas CasaPound e Força Nova, que protestavam contra uma suposta "substituição étnica" na região. "Que morram de fome" e "os ciganos roubam" foram algumas das frases gritadas durante o ato.
Após o protesto, a Prefeitura anunciou que os nômades serão transferidos novamente para outros centros de acolhimento. Já o Ministério Público abriu um inquérito para apurar possíveis crimes de ódio racial durante a manifestação.
"Não podemos ceder ao ódio racial, não podemos ceder a quem continua a fomentar este clima e a apelar para o fígado das pessoas. E me refiro sobretudo a CasaPound e Força Nova", disse a prefeita Virginia Raggi.