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Família de médico preso no Egito divulga carta de desculpas

Irmãos e esposa se comprometem em arcar com os danos morais e materiais; Victor Sorrentino foi detido após ofensas contra vendedora

3 jun 2021 - 17h47
(atualizado às 18h06)
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Médico Victor Sorrentino no Egito.
Médico Victor Sorrentino no Egito.
Foto: Instagram/ @drvictorsorrentino / Estadão

A família do médico brasileiro Victor Sorrentino, preso no Cairo após assediar verbalmente uma vendedora muçulmana, divulgou nesta quinta-feira, 3, uma carta com um pedido de desculpas em inglês e árabe à vítima e ao Estado do Egito.

O texto foi publicado na conta de Instagram da irmã do médico, Patricia Sorrentino, e assinado por familiares dele e pela esposa, Kamila Monteiro.

"Com relação aos recentes eventos relacionados ao caso do médico brasileiros Victor Sorrentino no Egito e aos danos materiais e morais causados a todos aqueles que foram afetados. Nós, a família de Victor Sorrentino, e em nome de Vitor, oferecemos um pedido de desculpas oficial à vítima, sua família e a todos aqueles que foram atingidos pelo ocorrido. A todo amado povo egipcio e a todos os oficiais do Estado do Egito nós oferecemos nossos sentimentos mais sinceros e nos comprometemos a reparar todos os danos morais e materiais. Pedimos que aceitem nosso pedido de desculpas", diz a carta.

Na semana passada, o médico e influenciador postou em sua conta no Instagram um vídeo em que pergunta a uma vendedora local em português: "Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?". No que a mulher sorri sem graça ao não entender o que o médico dizia.

O vídeo foi postado no perfil do médico, com quase 1 milhão de seguidores. Após a repercussão, Sorrentino apagou o stories, postou outro vídeo pedindo desculpas e dizendo que foi apenas uma "brincadeira", além de ter restringido o acesso ao perfil, que antes era público.

O médico também postou um vídeo em que diz que "não suporta injustiça, pessoas que não te conhecem falando de ti".

Prisão

Victor foi detido no último domingo, 30, no Cairo. A prisão foi fruto de um movimento iniciado por brasileiros e expandido por ativistas feministas egípcias. Essa articulação fez com que as ofensas verbais contra a vendedora de papiros chegassem a autoridades do país, que agora o acusam formalmente e estenderam a sua prisão.

Sorrentino foi formalmente acusado de expor a vítima a insinuação sexual verbal, cuja pena é de 6 meses até 3 anos de prisão e multa não inferior a EGP 5.000 (cerca de R$1.643), ou uma das duas penalidades; transgressão contra os princípios e valores familiares da sociedade egípcia, com pena mínima de 6 meses de prisão e multa não inferior a EGP 50.000 (cerca de R$16.429), ou uma das duas penalidades; violação da santidade da vida privada da vítima e uso de conta digital privada para cometer esses crimes, ambas acusações também sujeitas a pena mínima de 6 meses de prisão e multa não inferior a EGP 50.000, ou uma das duas penalidades.

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