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Famílias brigam por sobrevivente de teleférico na Itália

Eitan está no centro de disputa que vai da Itália a Israel

12 set 2021 - 14h35
(atualizado às 14h41)
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O pequeno Eitan, único sobrevivente da queda de uma cabine de teleférico no norte da Itália em maio passado, está no centro de uma disputa familiar que envolve até acusação de sequestro.

Aya Biran (no centro da imagem) fala com jornalistas após suposto sequestro do menino Eitan
Aya Biran (no centro da imagem) fala com jornalistas após suposto sequestro do menino Eitan
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Hoje com seis anos de idade, o menino teve seu lar dizimado pela tragédia do teleférico de Stresa-Mottarone, na qual perdeu seus pais, os israelenses Amit Biran e Tal Peleg; seu irmão mais novo, Tom, de dois anos; e seus bisavós maternos, Itshak Cohen e Barbara Konisky.

Eitan também esteve perto da morte e ficou quase 20 dias internado em um hospital de Turim, mas recebeu alta no início de junho e, desde então, as famílias materna e paterna brigam por sua guarda.

O último capítulo dessa disputa ocorreu neste fim de semana, quando a tia paterna Aya Biran-Nirko, que vive na Itália e tem oficialmente a guarda provisória de Eitan, acusou o avô materno do menino, Shmuel Peleg, de levá-lo de volta para Israel sem autorização.

"Ele não foi devolvido no horário estabelecido após um encontro com os familiares da mãe", afirmou à ANSA um dos advogados de Biran, Armando Sibari, no último sábado (11). "Estamos incrédulos que eles tenham chegado a esse ponto", acrescentou.

A tia recebeu inclusive uma mensagem do advogado de Peleg afirmando que o garoto estava em Israel. A viagem teria se tornado possível pelo fato de o avô materno manter a posse do passaporte israelense de Eitan, contrariando uma ordem da Justiça italiana.

A família da mãe tinha permissão para ver o menino duas vezes por semana, mas acusa os parentes paternos de nunca terem se interessado por ele. "Falo apenas para esclarecer que agimos pelo bem de Eitan. Ele gritou de emoção quando nos viu e disse: 'Finalmente estou em Israel'", afirmou Gali Peleg, tia materna do garoto, a uma rádio israelense.

"Nós fomos obrigados [a pegar o menino], não sabíamos mais quais eram suas condições mentais e de saúde. Não o sequestramos, apenas o trouxemos de volta para casa", acrescentou Gali, ressaltando que não se interessa por "questões legais".

"Não estou envolvida com esses aspectos, não conheço os detalhes, deixemos os advogados falarem", afirmou.

A tia paterna, por sua vez, rebateu que Eitan é "cidadão italiano" e que sua casa é em Pavia, onde moravam seus pais, que, por outro lado, foram sepultados em Israel. "Estamos muito preocupados com sua saúde", declarou Biran.

Relembre

A tragédia aconteceu no dia 23 de maio, quando o cabo de tração do teleférico de Stresa-Mottarone, perto de Turim, se rompeu e fez a cabine recuar em alta velocidade até se chocar contra um pilar.

Em seguida, ela caiu de uma altura de 20 metros e deslizou montanha abaixo até parar em um bosque. O acidente deixou 14 mortos e um único sobrevivente: Eitan.

Já se sabe que um sistema que impedia o acionamento dos freios de emergência tinha sido deixado no teleférico de propósito para evitar seu fechamento. No entanto, os investigadores ainda tentam descobrir o que causou o rompimento do cabo de tração. 

Ansa - Brasil
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