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Figura austera dos pais ainda predomina em variadas culturas

25 jul 2012 - 18h39
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Historicamente, a autoridade sobre filhos sempre coube ao homem. Por conta disso, em diversas culturas, o pai é lembrado principalmente pela severidade na educação das crianças. Principalmente pela figura de respeito conquistado - ou imposto -, firmou-se um relacionamento fechado, sem espaço para interação. É curioso observar que, na maior parte do mundo e nas mais diferentes culturas, a relação entre pai e filho ainda funciona dessa forma.

Na maior parte dos países, figura paterna é responsável pela preparação dos filhos para a vida adulta
Na maior parte dos países, figura paterna é responsável pela preparação dos filhos para a vida adulta
Foto: Shutterstock


As culturas judaica, chinesa, indiana, japonesa, cigana e indígena têm como denominador comum a figura masculina do pai como autoridade. "Nestes casos, ele é o responsável pelo sustento, pela educação e até mesmo pela doutrina religiosa", afirma Guita Grin Debert, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).É interessante observar que, mesmo nas sociedades em que a organização familiar é feita pela mulher, como acontece nas ilhas Trobriand, do Pacífico, onde o pai biológico é tido apenas como marido da mãe, a autoridade não é concedida a elas, mas permanece sob domínio masculino. "A função pertence ao tio-materno, ou seja, ao irmão da mãe", diz a professora. Contudo, esse tipo de comportamento deve mudar com o tempo, principalmente em países ocidentais. "A tendência moderna é a de que todos os pais tenham relações mais abertas, como já existe entre as classes mais ricas", acredita.

Conheça, a seguir, qual o papel exercido pelo pai em diferentes culturas.

Cultura judaica
Na cultura judaica, a figura paterna é responsável pela educação religiosa dos filhos. Até mesmo em países nos quais judeus são minoria, as famílias resistem às influências locais e permanecem patriarcais, assim, os filhos devem total respeito e obediência ao pai.

Cultura chinesa
Pela tradição, os pais chineses são merecedores de dedicação e reconhecimento dos filhos. Por meio deles, são repassados de geração a geração os costumes sociais e religiosos. Em contrapartida, como forma de agradecimento e respeito à hierarquia, filhos têm a obrigação de sustentar o pai na velhice.

Cultura indiana
Para os indianos, o pai exerce a função de criador de riquezas, estando à frente do sustento familiar. Ele também tem como obrigação repassar ao filho todos os ensinamentos necessários para que seu trabalho continue e garanta o sustento da família.

Cultura japonesa
A sociedade japonesa é guiada pela decisão do homem. Como reflexo, as famílias, muito cultuadas no Japão, respeitam a vontade da figura paterna. Por lá, o pai ainda é o grande responsável pela educação religiosa e formal dos filhos, sendo reverenciado também pela inteligência.

Cultura cigana
Toda decisão sobre o futuro do filho cigano cabe ao pai, além de supervisionar a educação dada pela mãe às crianças, ele tem a obrigação de repassar a rica cultura aos filhos. Seu poder sobre eles, aliás, só acaba com o casamento.

Cultura indígena
Em tribos indígenas, no Brasil, o pai é considerado responsável pela existência do filho, por isso, o homem passa quase dois meses de resguardo após a mãe dar a luz. Pela crença, durante toda a gestação, o bebê é fortalecido pelas relações sexuais que o homem mantém regularmente com a mulher. Por conta do esforço, é o índio que merece descanso pós-parto, com direito a receber presentes dos companheiros de aldeia.

Fonte: Agência Hélice
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