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'Financial Times': 'Vitória histórica' de Temer traz 'novas esperanças' a investidores

Para 'Wall Street Journal', votação 'alivia crise fiscal' do país; outros jornais destacaram 'favores' e 'cortejo agressivo' a deputados.

3 ago 2017 - 08h21
(atualizado às 08h47)
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Michel Temer conseguiu apoio do Congresso contra denúncia que poderia levá-lo a um processo de impeachment
Michel Temer conseguiu apoio do Congresso contra denúncia que poderia levá-lo a um processo de impeachment
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O principal jornal de finanças da Europa, o britânico Financial Times, chamou o resultado da votação de quarta-feira no Congresso de "vitória histórica de Michel Temer" que traz "novas esperanças a investidores" de que o presidente "dará continuidade ao empacado programa reformas econômicas".

"O programa...que tinha o objetivo de reduzir o déficit econômico, parecia estar no caminho certo", diz a publicação na sua edição online. "E incluía um plano impopular para rever o generoso sistema de pensões do país que permitia que trabalhadores se aposentassem com 50 e poucos anos".

O jornal diz que os mercados continuam otimistas de que o presidente "pode manter a estabilidade econômica" e possivelmente "tentar alguns ajustes no sistema previdenciário".

Já outros grandes jornais internacionais focaram na farta distribuição de verbas para emendas parlamentares antes da votação, em que os deputados aprovaram - por 263 a 227 - o relatório que recomendou a rejeição da denúncia de corrupção passiva contra o presidente.

O americano New York Times cita a ONG Contas Abertas para dizer que o governo concedeu mais de US$ 1,3 bilhão em emendas parlamentares a determinados Estados brasileiros.

"Esta é uma quantia excepcionalmente alta", diz o jornal, "especialmente em um período de austeridade em que hospitais, universidades e departamentos de segurança tiveram seus orçamentos cortados".

Segundo o NYTimes, Temer "distribuiu milhões de dólares em dinheiro federal para Estados chave de congressistas nas últimas semanas, no que alguns críticos consideraram como um esforço para influenciar legisladores".

Na mesma linha, o Washington Post diz que "o presidente estava determinado a permanecer no poder e agressivamente cortejou o apoio de legisladores na sessão, que se estendeu por mais de 11 horas na quarta-feira".

Com aprovação de apenas 5% da população, ressalta o Wall Street Journal, Temer "se baseou em suas habilidades como negociador nos bastidores para sobreviver, atraindo legisladores com recursos para seus Estados empobrecidos".

O jornal americano diz ainda que a vitória de Temer permite que as reformas econômicas sejam levadas adiante, "aliviando a crise fiscal do Brasil".

O jornal francês Le Monde diz que Temer "prometeu favores" a alguns deputados, e para outros "desbloqueou emendas", mas destacou também que o presidente escapou de um processo em meio a "indiferença generalizada".

Já o espanhol El País deu atenção à condução da sessão plenária na Câmara de Deputados. "Se a imagem dos políticos no Brasil está em baixa, o debate não contribuiu muito para melhorá-la", diz a publicação e descreve: "Um dia inteiro de bizantinas discussões processuais, truques obstrutivos e episódios grotescos".

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