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'Foi horrível, mas eu não disse não', diz atriz pornô sobre relação com Donald Trump

Stormy Daniels sofreu abusos na infância e hoje é uma das figuras centrais na política dos EUA

3 jun 2024 - 11h44
(atualizado às 12h22)
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Foto: O Fuxico

Donald Trump se tornou o primeiro  ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente na história do país, na última semana. Foi decidido por unanimidade que ele falsificou documentos financeiros para justificar ter comprado o silêncio de Stormy Daniels, uma atriz e diretora de filmes adultos.

Um documentário conta a vida da estrela pornô, que iniciou um escândalo político que pode influenciar as eleições presidenciais nos EUA, que acontecem em novembro.

Nascida em 1979, Stephanie Gregory Clifford vivia em um bairro violento de Baton Rouge, Louisiana. Ela teve uma infância difícil, com muitos abusos e pais divorciados. "Ela virou uma mãe desleixada. Nunca me bateu nem nada disso, mas ficava muito tempo sumida", diz ela, que viria a se tornar a atriz pornô Stormy Daniels.

Ainda criança, ela dependia de vizinhos para se alimentar e foi estuprada por um deles. Para a mãe, o abuso não era novidade, e mesmo assim, nada fazia. A atriz diz no documentário que, quando o abusador morreu, ela ficou triste porque queria matá-lo.

A garota começou a trabalhar aos 11 anos, e pensava em ser veterinária. Aos 17, em uma festa, sua vida tomou outro rumo: uma amiga a convidou para entrar em um carrão, e disse que o carro era dela, e ela o havia comprado trabalhando como dançarina. Stephanie foi convidada para dançar também, e começou a ganhar mais dinheiro do que em um mês inteiro dando aulas de equitação.

"Quando comecei a dançar mais e mais, comprei minha casa. Comprei meus peitos", diz. A dança em questão, chamada de “dança exótica”, tem teor erótico.

Donald Trump

Logo, Stephanie chamou a atenção da indústria de filmes adultos, e se tornou Stormy Daniels. Em 2006, o estúdio para o qual ela trabalhava patrocinou um evento de golfe para celebridades. Entre os convidados, estava Donald Trump, já casado com Melania.

Donald Trump discursou da Trump Tower, em Nova York
Donald Trump discursou da Trump Tower, em Nova York
Foto: Reuters

Na época empresário, ele estava no auge da fama como apresentador de TV do programa O Aprendiz. Ele e Stormy conversaram durante o evento, e logo um jantar virou um convite para ir até o quarto de hotel.

"Achei que tínhamos respeito um pelo outro. Por isso foi quando, sem nenhum alerta, sai do banheiro e ele me imprensou", recorda ela. Ela diz que não se lembra como foi para a cama. "Foi horrível, mas eu não disse não”.

Depois do encontro, os dois começaram a se falar por telefone. Ela recorda que um dia Trump ligou para contar que ela não ia ser convidada para o programa de TV dele, como ela esperava que pudesse acontecer.

Caso público

Em 2011, Trump anunciou que pensava se tornar candidato à presidência dos EUA. Uma amiga de Stormy aproveitou para tentar vender a história do caso entre a atriz pornô e Trump. Na época, uma revista aceitou, mas logo desistiu da publicação.

Em 2015, já candidato, Trump se reuniu com David Pecker, dono de uma publicação sensacionalista, que aceitou ficar atento a possíveis histórias negativas sobre o político. Pecker foi uma das testemunhas-chave do julgamento encerrado nesta semana e admitiu ter agido sob ordens de Trump. Pela primeira vez, ele admitiu que existiu a operação "Capturar e Matar" – identificar histórias prejudiciais à reputação de alguém para então pagar por elas e nunca publicá-las.

Michael Cohen, advogado de Trump, foi quem fechou o negócio. Ele pagou US$ 130 mil a Stormy em outubro de 2016 para que ela não divulgasse a história.

A negociação foi descoberta em 2018 por um jornal, e Trump disse não saber nada sobre o pagamento. A investigação iniciou e Cohen virou testemunha da promotoria. As operações financeiras que reembolsaram Cohen fizeram o estado de Nova York processar Trump por fraude financeira. As transferências de dinheiro para o advogado foram registradas como "despesas legais", uma mentira, segundo promotores e o próprio Cohen. O silêncio comprado seria uma tentativa de evitar problemas para eles na campanha eleitoral.

Trump acabou sendo condenado, e a sentença deve ser anunciada no dia 11 de julho. Os advogados do ex-presidente devem recorrer.

Fonte: Redação Terra
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