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Fonte dos EUA diz que míssil do Irã pode ter abatido avião

O governo iraniano, por sua vez, negou a informação

9 jan 2020 - 17h20
(atualizado às 17h26)
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A aeronave Boeing 737 da Ukraine International Airlines, que caiu após decolar em Teerã e matou 176 pessoas, foi abatida pelo sistema de defesa aérea do Irã acidentalmente, informou a imprensa americana, citando autoridades dos setores de inteligência dos Estados Unidos, cujas identidades não foram reveladas. De acordo com oficiais do Pentágono e da inteligência dos Estados Unidos e do Iraque ouvidos pela revista Newsweek, o avião ucraniano pode ter sido abatido por acidente com o uso de um míssil antiaéreo russo, chamado Gauntlet. As emissoras CBS e CNN também citaram autoridades não identificadas afirmando que a hipótese pode estar correta, com base em dados de satélite, equipamentos eletrônicos e radares. Nesta tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a dizer que tem "suspeitas" sobre o acidente, mas não deu mais explicações. "Estava voando em um bairro bastante difícil e alguém poderia ter cometido um erro", acrescentou o republicano, durante coletiva de imprensa na Casa Branca. "Algumas pessoas dizem que foi mecânico. Eu pessoalmente não acho que isso seja uma questão", disse Trump, ressaltando que "algo muito terrível aconteceu".

Fonte dos EUA diz que míssil do Irã pode ter abatido avião
Fonte dos EUA diz que míssil do Irã pode ter abatido avião
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    A aeronave, que decolou às 6h12 (horário local) da última quarta-feira (8) e seguia para Kiev, caiu minutos depois. Todas as 176 pessoas, entre passageiros e tripulantes, morreram. Pelo menos 63 vítimas eram canadenses. Até o momento, não se sabe quais as causas do acidente, que ocorreu em meio à tensão entre Irã e Estados Unidos. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que, "segundo numerosas fontes de inteligência", o avião foi abatido pelo Irã. Em comunicado oficial, o governo iraniano, por sua vez, afirmou que a hipótese cogitada é "sem sentido". "Vários voos nacionais e internacionais estavam voando no espaço aéreo iraniano ao mesmo tempo e na mesma altitude e não tiveram problemas", disse Ali Abedzadeh, presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO) e vice-ministro de Transportes.

    Enquanto isso, a Ucrânia pediu ao Conselho de Segurança da ONU "apoio incondicional" da organização para seus especialistas responsáveis pela investigação sobre a queda da aeronave. Até agora, as autoridades ucranianas apresentaram quatro cenários possíveis para explicar a tragédia, entre eles terrorismo e ataque com mísseis. No entanto, em meio às tensões aumentadas pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque dos Estados Unidos no último dia 3 de janeiro, o Irã disse que não entregará as caixas-pretas recuperadas do Boeing.

    Sob as regras da aviação global, o Irã tem o direito de liderar a investigação, mas os fabricantes, neste caso americanos, normalmente são envolvidos.

Ansa - Brasil
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