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França diz estar pronta a conversar com novo premiê britânico em relação pós-Brexit

26 jul 2019 - 09h10
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O governo francês está pronto para trabalhar com o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, mas a França e outros países europeus não rediscutirão os termos do acordo negociado para a separação britânica da União Europeia, disse uma ministra francesa nesta sexta-feira.

Premiê britânico, Boris Johnson, em Londres
24/07/2019
REUTERS/Peter Nicholls
Premiê britânico, Boris Johnson, em Londres 24/07/2019 REUTERS/Peter Nicholls
Foto: Reuters

A ministra francesa para Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, disse que o presidente Emmanuel Macron debaterá o Brexit com Johnson na França nas próximas semanas.

Ela disse que está fora de questão renegociar o pacto de desfiliação combinado entre a antecessora de Johnson e a UE, mas que os dois lados ainda têm muito para conversar.

"O que ainda está para ser negociado é o relacionamento futuro", disse Amélie. "Temos que criar um relacionamento de trabalho e não ficar com jogos, gestos e provocações".

Ao entrar em Downing Street na quarta-feira, Johnson armou um confronto com a UE prometendo negociar um novo acordo e ameaçando que, se o bloco se recusar, tirará o Reino Unido em 31 de outubro sem um acordo.

"Queremos trabalhar com ele. Trabalhar", disse Amélie à emissora pública France 2.

Uma das maiores áreas de atrito entre Londres e Bruxelas a respeito dos termos do Brexit tem sido o backstop irlandês - uma apólice de seguro para manter o Reino Unido temporariamente em uma união alfandegária com a UE e evitar a volta de uma fronteira dura entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.

O premiê irlandês, Leo Varadkar, disse nesta semana que não haverá acordo de saída ou pacto comercial subsequente com o Reino Unido se este não aceitar o backstop.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também disse a Johnson nesta semana que o acordo de separação acertado com sua antecessora, Theresa May, em novembro é o melhor e o único com a UE.

A data de 31 de outubro é um prazo inalterável, disse Amélie, acrescentando que linhas vermelhas "só criaram tensões na diplomacia" - mas reiterou que o Reino Unido precisa ter uma boa razão para qualquer novo adiamento, caso venha a desejá-lo.

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