Fumaça de incêndios na Austrália chega ao Chile e à Argentina
Serviço de meteorologia prevê que fenômeno também será visto no Rio Grande do Sul nesta terça-feira
A fumaça dos incêndios que atingem a Austrália foi vista nesta segunda-feira no Chile e na Argentina, em uma nuvem que percorreu mais de 12 mil quilômetros até chegar à América do Sul. Segundo o Departamento Meteorológico de Santiago, a fumaça não oferece risco à saúde da população.
De acordo com Patricio Urra, responsável pelo serviço meteorológico do Chile, a nuvem está localizada a cerca de 6 mil quilômetros de altura e não há na região nenhum fenômeno climático que possa fazer com que ela se aproxime da superfície.
Em um primeiro momento, "o efeito pôde ser visto no sol, em tons de vermelho, causado por uma nuvem de fumaça originada dos incêndios", explicou o especialista. O material, vindo da Oceania, se deslocou por meio da alta atmosfera e há a possibilidade de ser novamente visto no Chile e na Argentina.
Da mesma forma, o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN) mostrou imagens de satélite nas quais podem ser vistas a fumaça sendo transportadas pelos sistemas frontais que se deslocam do Oeste para o Leste.
Em sua conta oficial no Twitter, o SMN escreveu "Que consequências isso pode ter? Nenhuma muito relevante, apenas um entardecer e um sol um pouco mais vermelhos".
A Metsul, empresa privada de meteorologia do Sul do Brasil, também prevê que o fenômeno deve chegar ao país na terça-feira, mais precisamente no estado do Rio Grande do Sul. Uma meteorologista do serviço disse ao jornal gaúcho Correio do Povo que a população de Porto Alegre deverá observar um pôr do sol mais alaranjado na quarta e quinta-feira.
Os incêndios que atingem a Austrália desde setembro já destruíram uma superfície equivalente ao território da Irlanda, ou oito milhões de hectares, provocando 24 mortes.
Após um final de semana catastrófico, as equipes de bombeiros australianos, que contam com reforços dos Estados Unidos e do Canadá, aproveitaram algumas horas de chuva e uma diminuição nas temperaturas no local para avançar no controle dos focos dos incêndios.
Até o momento, o governo australiano disponibilizou reservistas do Exército para atuar nas áreas atingidas e anunciou fundos de 1,4 bilhão de dólares (5,68 bilhões de reais) a serem usados ao longo de dois anos como auxílio aos danos provocados resultantes dos incêndios.